O Ministério Público do Estado do Pará pediu ao Banco Central (BC) uma equipe de assessores para auxiliar no trabalho dos procuradores que resolveram continuar a apuração de desvio recursos do Banpará. O presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), é o principal acusado no escândalo. O MP do Pará decidiu reabrir as investigações depois de ter sido responsabilizado pelo procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, pelo engavetamento do caso. A idéia dos procuradores estaduais é arregimentar especialistas em finanças que ajudem a destrinchar o caminho do dinheiro. Um ofício com o pedido de ajuda chegou sexta-feira ao BC. Se atendida, a solicitação pode piorar ainda mais as relações entre o governo e Jader. Desde que o presidente da instituição, Armínio Fraga, disse aos jornais que poderia enviar novamente o relatório sobre as investigações no Banpará ao Senado e ao MP, o senador paraense não tem poupado críticas à direção do BC. A situação ficou ainda pior depois que Fraga enviou um ofício ao MP do Pará garantindo que o parecer jurídico do BC usado como justificativa para arquivar o caso não tinha poder conclusivo. Se o presidente do Senado corre o risco de ter especialistas do BC em seu encalço, não tem do que reclamar o ex-senador e inimigo declarado Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). Convidado a depor no inquérito da Polícia Federal (PF) que investiga as fraudes na Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), ACM disse ao delegado Hélbio Dias Leite, que apura o caso, que esse não seria o momento político ideal para prestar depoimento. Ele se dispôs, entretanto, a enviar toda a documentação sobre o assunto que tem em seu poder.