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Movimentos sociais dizem que Abril Vermelho só acabará em junho

Grupos que pressionam pela reforma agrária preparam manifestações para maio

A estratégia do "Abril Vermelho", adotada pelos movimentos sociais que apóiam e participam das manifestações de pressão para agilizar o processo de reforma agrária, será prolongada por mais dois meses e recomeçará após as eleições de 3 de outubro. A informação é do secretário-executivo do Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo, Gilberto Portes de Oliveira.

Para maio estão previstas duas grandes manifestações: a Marcha dos Trabalhadores do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), no dia 12, e o Grito da Terra Brasil, até o dia 17. Na primeira, cerca de 500 pessoas caminharão de Goiânia a Brasília (200 quilômetros) com o objetivo de chamar a atenção do governo e da sociedade para o problema das centenas de famílias que perderam casas e terras em conseqüência da construção de hidrelétricas. A marcha também alertará para o risco representado pelas novas usinas previstas, cuja construção desalojará aproximadamente 10 milhões de cidadãos.

Além disso, a versão 2004 do Grito da Terra Brasil, organizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) – uma das 43 entidades que integram o Fórum –, pretende reunir em Brasília mais de mil pessoas. Elas reivindicam uma negociação política de concessão de crédito para a agricultura familiar, além de recursos subsidiados para mulheres e jovens do campo implementarem pequenos negócios ou prosseguirem os estudos.

Em junho, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) pretende voltar às ruas para lembrar ao governo os compromissos assumidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os que estão contidos no 2º Plano Nacional de Reforma Agrária.

– O objetivo será garantir as conquistas obtidas até hoje pelos movimentos sociais. Não vamos dar trégua e permaneceremos mobilizados – diz Gilberto Portes de Oliveira.

Entre as conquistas Oliveira relaciona, além da elaboração do plano, a garantia de liberação, neste ano, de R$ 1,7 bilhão para implementação da reforma agrária e para o assentamento de 115 mil famílias até dezembro. Outros acordos feitos com o governo tratam da renegociação das dívidas dos assentados; da compra, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), do excedente da produção gerada nos assentamentos, a ser destinada ao Fome Zero; do repasse de recursos para alfabetização de mais de 100 mil trabalhadores rurais adultos, programa desenvolvido em parceria entre a Contag, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o MST, o Incra e os ministérios do Desenvolvimento Agrário e da Educação.

Os movimentos sociais coordenados pelo Fórum também querem a garantia de que o governo se emprenhará para aprovar, no Senado, o projeto de lei que federaliza os crimes contra os direitos humanos, já aprovado na Câmara dos Deputados.

– Será uma vitória não só dos sem-terra, mas de todos os cidadãos –disse Gilberto Portes.

Sobre a ameaça do Maio Verde, Portes adverte que o Fórum e seus signatários denunciarão à Justiça os fazendeiros que reagirem com truculência na repressão ao MST. Mas reconhecem o direito do protesto:

– Eles têm direito de fazer a pressão deles, têm o direito de se manifestar, desde que não usem violência contra os nossos trabalhadores. Estamos mobilizados não para enfrentá-los, mas para ajudar o governo Lula a fazer a reforma agrária.

As informações são da Agência Brasil.

 

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