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 | 20/04/2004 08h25min

Ruralistas criam o Maio Verde para evitar invasões no RS

Movimento quer monitorar os passos dos sem-terra

Os ruralistas gaúchos decidiram transformar maio no mês da reação às invasões de terra. Em resposta ao Abril Vermelho, onda de invasões desencadeada este mês pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), pecuaristas da região da Campanha desfraldaram nesta segunda, dia 19, a bandeira de um Maio Verde. O slogan será Invasão Zero no Rio Grande do Sul.

Os produtores não se limitam à retórica. Ainda na segunda montaram 13 postos de vigilância entre Bagé e Pinheiro Machado, na zona sul do Estado. Cada acampamento conta com, no mínimo, uma picape dotada de radiocomunicador, cinco homens, binóculos e contato por celular 24 horas por dia.

– Vamos reagir a qualquer invasão, no momento em que ela ocorrer – promete o presidente do Sindicato Rural de Bagé, Paulo Ricardo Dias de Souza, coordenador de uma reunião, no domingo, de 350 produtores rurais convocada para defender as propriedades da Fronteira Sul.

Realizada na sede do sindicato, a reunião durou três horas e congregou representantes de 15 entidades ruralistas. Eles representam 40 mil produtores rurais de um total de 80 mil da Metade Sul. Conforme Dias, os 15 sindicatos concentram 90% da produção de arroz do Estado e 48% da pecuária de corte gaúcha.

O encontro contou com a presença do vice-presidente da Federação dos Agricultores do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Pereira, presidente da comissão fundiária da entidade. A pauta da assembléia previa debates sobre estiagem, abigeato, invasões e o retorno das vistorias do Incra. Nada disso foi tratado, porque os ruralistas se mostraram alarmados com as conseqüências do Abril Vermelho do MST.

O presidente do Sindicato Rural de Bagé diz ter informações de que quatro propriedades da área estariam sendo visadas pelos sem-terra. Os locais, mantidos em sigilo, estão sendo protegidas por ruralistas. O vice-presidente da Farsul, Gedeão Pereira, ganhou aplausos dos colegas ao dizer que os ruralistas não estão mais dispostos a tolerar "as badernas" do MST.

– O país ainda não quebrou porque têm os proprietários de terras a produzir alimentos consumidos por toda nação. Vamos mostrar que esta terra tem dono.

O presidente do Sindicato Rural de Bagé aposta que produtores da Metade Sul e da Metade Norte formarão "um cordão sanitário" anti-invasões até maio.

– É um confronto entre o abril vermelho do MST, que representa o ódio, e o Rio Grande do Sul verde, que significa alimento, fartura e esperança dos produtores rurais – compara Paulo Dias.

Com informação de Zero Hora.

 

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