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 | 23/04/2001 09h55min

Racionamento assusta SC

A idéia de que a região Sul está tranqüila com relação à falta de energia porque tem os níveis de reservatórios das hidrelétricas adequados para garantir o abastecimento já ganha novos desdobramentos e preocupa o empresariado catarinense. Há consenso de que o primeiro efeito da falta de energia elétrica no Sudeste e Nordeste, regiões em que o abastecimento é crítico, será desacelerar a produção. Segundo o presidente da Câmara de Assuntos de Energia da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Albano Schmidt, o efeito dominó de uma crise no Sudeste, onde é colocada grande parte da produção catarinense, pode causar um impacto sem precedentes à produção local. Outra questão é a matéria-prima utilizada pela indústria catarinense, mas em grande parte oriunda do mercado do Sudeste, principalmente de São Paulo. Com os fornecedores do Sudeste em baixa, não há como fugir de uma queda na produção de Santa Catarina. – O impacto é muito grande. Com São Paulo parando ninguém compra, ninguém produz – avalia Schmidt. A mesma preocupação é demonstrada pelo executivo Walter Janssen, diretor de marketing do Grupo Weg, a maior indústria de motores elétricos da América Latina, com sede em Jaraguá do Sul. Segundo ele, o agravamento da crise no segundo semestre – que pode acontecer caso não chova o suficiente ou não surta efeito o plano de racionalização do governo – provocará o desaquecimento da economia como um todo, atingindo por tabela o Estado. Por isso é que o limite técnico que só permite o tráfego de 2.200 MGw (megawatts) médios nas linhas de transmissão entre as regiões Sul e Sudeste com o sistema interligado, beneficia a primeira, mas acaba provocando um estrago maior na economia. Na visão de Janssen, o que não pode ocorrer, de modo algum, é o aumento da demanda por matéria-prima. O raciocínio é de que, diante da crise, a ânsia das empresas de produzir para estocar provoque falta de material e aumento de preço junto a fornecedores. De modo geral, os empresários são unânimes em destacar a necessidade de ações imediatas como a substituição de equipamentos elétricos de menor consumo, principalmente nas indústrias. Eles não falam em custos, preferindo ver a estratégia como investimento, que começa a retornar no mesmo dia com a diminuição da conta de luz a ser paga, como observa Janssen.

SÍLVIA QUEVEDO

 

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