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 | 19/04/2001 21h

Projeto para a Hercílio Luz não mexe na estrutura original

O consórcio franco-brasileiro responsável pelo projeto de restauração da ponte Hercílio Luz (foto), xodó de Florianópolis, encheu de fé o alto escalão do governo ao anunciar que não medirá esforços para conservar a estrutura original da travessia, que a caracteriza como a única no mundo ainda de pé. A notícia foi dada por um dos diretores da secção francesa do consórcio ao apresentar, nesta quinta-feira, o primeiro relatório sobre a situação atual da ponte, além de traçar um breve rascunho do que seria a proposta para o anteprojeto a ser apresentado mais adiante. A manutenção da estrutura atual não é apenas um agrado a historiadores e autoridades governamentais. O próprio representante francês deixou claro que todas as empresas de projeto e execução do ramo pênsil estão interessadíssimas na solução para a reestruturação da Hercílio Luz, já que o projeto, assim como a ponte, também é único no mundo. O grande problema da ponte é a deterioração das barras de olhal, que determinam a singularidade da obra. As barras são emendadas nos olhais por pinos de aço que permitem a mobilidade da estrutura. São elos que se ligam, formando uma corrente descontínua e assumindo a mesma função dos cabos de aço, material contínuo usado nas construções penseis tradicionais. Tanto as barras de olhal quanto os cabos de aço possuem desvantagens, explicou o Diretor de Planejamento e Coordenação da Secretaria dos Transportes e Obras do Estado, Marcos Brusa. Por um lado, o estrago num cabo de aço de uma ponte assim estruturada pressupõe a troca de toda a extensão do cabo, que está estendido, de forma ininterrupta, sustentando toda a parte pênsil da construção. Por outro lado, a manutenção de uma ponte como a Hercílio Luz é mais difícil, porque os pinos de aço estão escondidos dentro dos olhais, o que dificulta o controle da atividade corrosiva do tempo. Para elaborar o diagnóstico da situação atual da ponte, os técnicos contratados tiveram que usar equipamentos tipo raio-X. Quanto ao projeto de restauração em si, foi apresentado o embrião de uma proposta, como definiu o governador Esperidião Amin. O esboço determina a passagem de um cabo provisório por cima da corrente de barras de olhal, que dará sustentação à toda carga pênsil da ponte e permitirá a troca das barras, uma a uma. O custo do projeto será algo em torno de R$ 5 milhões, financiados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Já os recursos para a etapa de execução, que será tocada por uma outra empresa, escolhida por meio de nova licitação, ainda não tem fontes nem valores definidos. O cálculo dos gastos estarão incluídos no projeto. Quanto às fontes financiadoras, o BID parece ser a alternativa mais viável, mas nada foi acertado neste sentido, diz o diretor de planejamento Marcos Brusa. Quer dizer, ainda há muito o que ser negociado até a ponte ser liberada.

Júlio Cavalheiro / DC


Foto:  Júlio Cavalheiro  /  DC


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