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 | 17/02/2004 18h07min

PMDB faz acordo para evitar instalação de CPI sobre caso Diniz

Conforme cálculo da senadora Heloísa Helena, 25 assinaturas estariam confirmadas

O PMDB, partido de apoio ao governo Luiz Inácio Lula da Silva, fez acordo com o PT para evitar a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar denúncias de corrupção contra o ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Presidência da República, Waldomiro Diniz. Integrantes do partido, como o senador gaúcho Pedro Simom (PMDB-RS), se posicionaram contra a tentativa do governo de abafar a CPI do caso Diniz, mas conforme o líder do PMDB Renan Calheiros, eles já foram convencidos.

A grande vitória do governo nesta terça, dia 17, foi a adesão do PMDB, que integra a base aliada do governo e inclusive ganhou posições no primeiro escalão com a reforma ministerial, à tentativa de abafar o caso no Congresso. O senador gaúcho Pedro Simom (PMDB-RS), por exemplo, disse que daria um "voto de minerva" para a realização da CPI, caso seu voto fechasse os 27 necessários para abertura da comissão. O líder do partido, Renan Calheiros, contudo, disse que Simon já está convencido.

Conforme cálculo feito pela senadora Heloísa Helena, (ex-PT, atualmente sem partido), que é a favor da CPI, o PSDB já tem 10 assinaturas, o PFL tem oito, o PMDB teria entre uma e três, o PDT cinco e mais o voto dela, fechando no mínimo 25 assinaturas já definidas para a abertura da CPI. Faltariam ainda duas, que estariam transitando dentro do PSDB e do PMDB.

As especulações e o clima de negociação tanto no governo quanto oposição são bastante acirradas no Congresso. A medida provisória do setor elétrico, por exemplo, prevista para ser votada nesta terça no plenário, embora tenha tido o texto lido, teve a votação foi adiada para 2 de março, o que tranca a pauta de votações. Até lá, a oposição pode trabalhar intensamente dentro do plenário para forçar a abertura da CPI.

No entanto, o governo trabalha em bastidores no sentido de convencer outros senadores que ainda resistem. O próprio Antero Paes de Barros (PMDB), senador que lidera o movimento, diz que a CPI só deve ser aberta apenas depois do Carnaval, mesmo se obtidas as 27 assinaturas necessárias.

Nesta terça, o ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, admitiu a possibilidade de uma investigação interna do governo sobre as ações de Waldomiro Diniz enquanto o ex-assessor ocupou o cargo de subchefe de Assuntos Parlamentares da Presidência. Enquanto a oposição defende a CPI para investigar as denúncias de corrupção contra Diniz, que pediu propina e dinheiro para campanhas de governadores a um bicheiro em 2002, a bancada do PT no Senado deseja uma CPI que faça uma investigação ampla sobre financiamentos de campanhas.

O líder do PT na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (SP), afirmou que a coordenação de bancada do PT na Casa decidiu por unanimidade não apoiar o pedido de abertura de CPI. Segundo ele, não há indícios contra o governo. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que estava disposto a assinar o pedido disse no final da manhã desta terça que seguirá a orientação do partido e só assinará o pedido para uma CPI ampla.

As informações são da Rádio Gaúcha.

 

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