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 | 21/01/2004 19h41min

Copom coloca freio na queda dos juros e mantém Selic em 16,5%

Decisão surpreende mercado que esperava corte de 0,5 ponto na taxa

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central interrompeu nesta quarta, dia 21, a seqüência de cortes nos juros, que chegou a sete meses consecutivos. No início da noite foi anunciada a manutenção da taxa básica de juros da economia em 16,5% ao ano, sem viés (uma nova alteração só poderá ser feita na próxima reunião, em fevereiro). O posicionamento cauteloso do Copom surpreendeu o mercado, que esperava um corte de, pelo menos, 0,5 ponto percentual na Selic.

A expectativa é de que o governo adote este ano uma trajetória de queda da taxa de juros em ritmo mais lento do que no ano passado, quando a taxa Selic caiu 10 pontos percentuais entre junho e dezembro.

Na nota divulgada após a reunião, o Copom justifica a decisão. Leia a íntegra:

"Diante das incertezas associadas ao mecanismo de transmissão da política monetária e considerando que os efeitos do corte de 10 pontos percentuais na taxa Selic nos últimos meses ainda não se refletiram integralmente na economia, o Copom resolveu interromper temporariamente o processo de flexibilização da política monetária com o intuito de preservar as conquistas recentes no combate à inflação e no processo de retomada da atividade econômica. Assim, o Copom decidiu, por oito votos a um, manter a taxa Selic em 16,5% ao ano, sem viés".

Durante a semana, analistas que apostavam em uma decisão conservadora, adiantavam que os membros do Copom deveriam levar em conta o potencial inflacionário, depois de sucessivas reduções da taxa. Pouco antes de ser conhecida a decisão do Copom, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostrou a aceleração da inflação no início de 2003 através do Índice Geral de Preços-10 (IGP-10), que ficou em 0,76% em janeiro, frente a 0,59% em dezembro. Nessa terça, também a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da USP (Fipe) confirmou esta tendência: o aumento dos gastos com educação, excursões, viagens e cigarros – acima do previsto – levaram a Fipe a aumentar a previsão de inflação para este mês, de 0,5% para 0,7%. Outro argumento é o da aceleração do nível de atividade, com um possível risco de reajuste de preços com impacto sobre a inflação.

 

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