O trabalho de Rosa com a eletrificação rural de baixo custo não demorou a despertar o interesse de entidades ligadas ao empreendedorismo social e, já no final da década de 80, ele começou a empilhar prêmios e reconhecimento. Mas, em vez de acomodar-se, o consultor deu um novo rumo a seus negócios, no início da década de 90.

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— O modelo das redes de baixo custo é excelente, mas tem os seus limites. Pensei que a minha contribuição já tinha sido dada e parti para as energias renováveis — diz, calculando que seus projetos tenham carregado luz pelo sistema monofásico à casa de 1,2 milhão de pessoas.

Aos poucos, o pai do estudante de Direito João Pedro, 19 anos, e de Victória Agnes, 12 anos, aprendeu a lidar com o novo tipo de tecnologia e terminou por fundar a ONG Ideaas — Instituto para o Desenvolvimento de Energias Alternativas e da Auto-Sustentabilidade. A organização criou um modelo criativo para conseguir levar a energia limpa a um número ainda maior de pessoas: o agrônomo colocou na ponta do lápis a despesa que as populações isoladas tinham com energias não renováveis, como o querosene usado nos lampiões e as pilhas para os radinhos, e passou a alugar as placas pelo mesmo valor. A estimativa é de que cerca de 3,6 mil sistemas fotovoltaicos já tenham sido distribuídos em 200 municípios do Brasil.

Rosa levou painéis solares e turbinas eólicas e hidrelétricas para diferentes países, incluindo um campo de refugiados de Kakuma, na fronteira do Quênia com o Sudão, na África. A incrível trajetória do cavaleiro da eletricidade virou tema de um documentário sobre empreendedorismo social e energia produzido pela rede pública americana de TV PBS, lançado em 2007. Apresentado pelo ator Robert Redford, o filme faz parte da série New Heroes, que mostra as ações de 12 empreendedores que mudaram realidades ao redor do planeta. Nele, Rosa é apresentado como o Gaúcho Elétrico.

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