Reciclagem | 06/06/2011 07h10min
O Brasil pode se orgulhar de uma marca impressionante: é o campeão mundial em reciclagem de latinhas de alumínio. Não em quantidade, é verdade, pois países como os EUA produzem, consomem e descartam muito mais.
Mas, proporcionalmente - o que é mais importante - somos imbatíveis. O índice de reaproveitamento do material por aqui é de 98,2% - 14,7 bilhões de unidades -, à frente da média japonesa e em situação muito melhor do que a de países europeus.
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Conforme Jairo Armando, do Departamento Municipal de Limpeza Urbana de Porto Alegre (DMLU), quase 10% do que é encaminhado à coleta seletiva no dia a dia da capital gaúcha é metal, 8% dele alumínio. Por ser 100% reaproveitável, trata-se de um tipo de metal reciclado em larga escala - em 2009, a indústria movimentou R$ 1,3 bilhão na economia, de acordo com dados da Associação Brasileira do Alumínio (Abal).
Do reaproveitamento saem, além de novas latinhas de refrigerante, cerveja, sucos e chás, peças para automóveis e esquadrias para portas, janelas e box de banheiros. Além disso, o processo libera somente 5% das emissões de gases de efeito estufa quando comparado à produção de alumínio primário, poupando recursos naturais. Os números representam a geração de emprego e renda para 216 mil brasileiros apenas na etapa de coleta, segundo a Abal.
Esse é um ponto que a professora Márcia da Silva Viegas, 28 anos, considera fundamental na reciclagem de qualquer produto. Impactada com a quantidade estimada de metal descartado em 30 dias por uma família de três pessoas, Márcia revela não ser partidária do uso do alumínio. Considera prejudicial à saúde. A preocupação dela e da família, além de reduzir o impacto ambiental do excesso de consumo e de descarte, é com a vida das pessoas responsáveis pelo processo de reaproveitamento.
- É preciso uma política pública para organizar os catadores. Os carrinhos acabam proibidos, mas não é dada uma alternativa. Às vezes, as pessoas se incomodam com os catadores no trânsito, mas essas pessoas estão fazendo um trabalho fundamental - afirma.
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O exemplo da gestão do lixo na natureza
A percepção de Márcia é compartilhada pelo assessor de projetos da Cáritas Gilberto Flach, 36 anos. Envolvido com iniciativas de prevenção a desastres naturais e de economia solidária, o pai de Violeta, dois anos, acredita que é preciso ampliar a visão das pessoas sobre o que ocorre com a sacolinha jogada fora:
- Se você comparar com uma árvore, tudo que o vegetal gera de sobra é reaproveitado. Nós somos a única espécie que gera resíduos que não são reaproveitados.
Para Flach, é preciso fortalecer conceitos nas pessoas desde cedo. A filha do casal já sabe bem o que fazer com cada tipo de lixo em casa:
- Quando tem um farelo ou casca de algo, ela diz que vai levar para o passarinho, e deixa na composteira - conta Márcia.
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