Além do Dia Mundial do Meio Ambiente, Porto Alegre comemora neste domingo mais uma conquista em direção à preservação ambiental. Há cinco anos, um decreto estabelecia a Rua Gonçalo de Carvalho, na região central da cidade, como patrimônio histórico, cultural e ecológico da capital gaúcha. Em comemoração à data, a Associação dos Moradores e Amigos do Bairro Independência (Amabi) convida a comunidade a participar do ato de colocação de uma placa alusiva ao tombamento da arborizada via.

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O evento ocorre às 10h, no pedestal que fica junto ao acesso ao Shopping Total. A placa original, descerrada pelo então prefeito, José Fogaça, e por representantes da comunidade em 5 de junho de 2007, foi furtada pouco tempo depois. Desde 2008 os moradores tentam repor o artigo. A nova placa é feita de acrílico e foi paga pela associação.

— O bairro e a comunidade tinham de receber essa placa de volta. Como o poder público não se manifestou durante todo esse tempo, achamos por bem assumir esse ônus e mostrar que as associações podem dar pequenos exemplos de como uma comunidade pode ajudar a manter os bens públicos — explica o presidente da Amabi, Diônio Roque Kotz.

Mobilização de moradores
garantiu tombamento da rua

Preocupados com a possibilidade de construção de um edifício-garagem com saída para a via — então parte do plano de construção de um novo teatro para a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa) —, moradores iniciaram, em meados de 2005, mobilizações para evitar que o prédio fosse erguido. A movimentação cresceu, fez com que a administração da orquestra desistisse de erguer o teatro na região, e terminou por garantir o tombamento da via como patrimônio da cidade.

O túnel verde e a pavimentação existentes foram declarados como área a ser preservada e protegida, sendo proibido o asfaltamento. O manejo da vegetação é de responsabilidade do órgão ambiental municipal.

— Foi uma vitória da cidadania. Os moradores se mobilizaram e hoje a rua é uma referência. É um exemplo de que quando o cidadão luta por algo, o resultado acontece. Agora estamos para criar uma associação de moradores da via — afirma Paulo Renato Rodrigues, morador da rua há 13 anos, que acompanhou toda a movimentação pela preservação.

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