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 | 28/02/2011 03h52min

"Começaram a bater no carro", diz filho de motorista que atropelou ciclistas em Porto Alegre

Homem que dirigia Golf vai alegar legítima defesa dele e do adolescente

Ao se apresentar nesta segunda-feira às 15h na Polícia Civil, Ricardo Neis, 47 anos, alegará legítima defesa dele e de seu filho de 15 anos como motivo para atropelar pelo menos 15 ciclistas e ferir oito deles.

Conforme seu advogado, Luís Fernando Coimbra Albino, o motorista decidiu se apresentar à tarde para afirmar que investiu contra os ciclistas após se sentir ameaçado por supostos golpes contra seu Golf preto.

— Ele (o motorista) me disse assim "eu vi uma brecha e fugi. Eles iam virar meu carro''.

Ele se sentiu acuado, agiu para proteger seu filho que estava no carro — defende o advogado.

Questionado se viu as imagens que mostram o momento do atropelamento coletivo, Albino sustenta que os vídeos são incompletos:

— As imagens são fortes, mas mostram apenas a partir de um determinado momento, quando já havia se iniciado a confusão. Não mostram as agressões que o levaram a fugir.

Zero Hora localizou, ontem à tarde, o adolescente que acompanhava o pai no carro no momento do incidente. Ele afirmou que uma discussão antecedeu o atropelamento. Segundo ele, seu pai tentou fugir dos manifestantes.

— Não foram eles (os ciclistas) que começaram (a discutir), meu pai foi um pouquinho antes. Só que aí começaram a bater a fu no carro. Aí, depois que se entenderam, três caras ficaram na frente do carro trancando só ele, só ele.

Neis seguiu do bairro Cidade Baixa para a Zona Leste, onde deixou o filho na casa de sua ex-companheira e mãe do adolescente.

— Tudo começou com ciclistas que até aparecem nas imagens. Eles quebraram os vidros, bateram no carro. Ele buzinou e saiu, só porque tinha uma criança, meu filho de 15 anos, junto. Não botou por cima, senão tinha matado todo mundo. Ele fugiu das agressões — afirmou ela.

Depois de largar o filho, o condutor seguiu até a Rua Manoel José Fernandes, bairro Aparício Borges, onde o veículo foi abandonado. Até ontem, os contatos entre ele e o advogado foram intermediados pela ex—mulher. Segundo o advogado, ele não teria se apresentado ainda devido ao seu estado emocional:

— Eu estava fora e fui até a Capital para conversar com ele, que ainda está abalado com o que aconteceu. Ele vai colaborar com a investigação.

>>>Leia mais na edição de Zero Hora desta segunda-feira
 
VÍDEO: o momento do atropelamento


 

Entenda o caso:

Na sexta-feira, 25 de fevereiro, pouco depois das 19h, pelo menos 15 ciclistas foram atingidos por um Golf, na Rua José do Patrocínio, na área central de Porto Alegre. Oito deles foram encaminhados ao Hospital de Pronto Socorro e liberados algumas horas depois.

O motorista fugiu do local. O carro foi encontrado na madrugada de sábado, abandonado em um bairro da zona leste da Capital. O motorista foi identificado pela polícia como Ricardo Neis, 47 anos, funcionário do Banco Central. Na segunda-feira, 28 de fevereiro, Neis se apresentou à Polícia Civil e alegou legítima defesa dele e do seu filho de 15 anos.





Veja no mapa o local do acidente:


Exibir mapa ampliado

ZERO HORA
 

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