Agricultura | 14/02/2011 15h10min
Preocupada em evitar que o Executivo apresente uma proposta alternativa para o Código Florestal, no lugar do projeto que tramita no Congresso Nacional, a presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), fez hoje uma visita ao ministro da Agricultura, Wagner Rossi, para apresentar um estudo que mostra o crescimento das áreas florestais em terras particulares.
De acordo com a CNA, enquanto as áreas produtivas aumentaram 32,1% entre 1960 e 2006, as áreas de mata e floresta dentro de propriedades privadas cresceram 72,5%. Segundo o estudo, dos 329,9 milhões de hectares de áreas privadas, quase 100 milhões de hectares estão cobertos por matas e florestas.
- Em 46 anos, o crescimento de matas e florestas localizadas dentro de áreas privadas foi mais do que o dobro (em termos proporcionais) do crescimento geral registrado das áreas privadas. Estamos totalmente inseridos no processo de melhoria das condições das matas ciliares, protegendo a água e todas as encostas que estiverem ferindo os aquíferos e rios subterrâneos, porque estas são nossas fontes de vida - argumentou a senadora, após reunir-se com Rossi.
O estudo apresentado pela CNA ao ministro tem por base dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Kátia Abreu acrescentou que as preocupações dos ambientalistas, de que o novo código representaria anistia para produtores que desmataram no passado, têm foco errado, e que os produtores também estão preocupados em conter o desmatamento.
- Os números mostram que anistia e perdão não existem porque, de 1965 para cá, quando foi criado verdadeiramente o primeiro Código Florestal Brasileiro, pouco se aumentou a área privada no Brasil, sendo que, no meio do caminho, inserimos, ainda, uma reserva legal do cerrado - afirmou Kátia Abreu.
O ministro Wagner Rossi também descartou a possibilidade de uma proposta ser apresentada pelo governo. Segundo ele, as informações de que a ministra do Meio Ambiente, Isabela Teixeira, teria acenado com essa proposta não procedem.
- Não creio nessa possibilidade porque estou certo de que conseguiremos chegar a um consenso. É natural que a ministra apresente propostas, assim como faz a senadora Kátia Abreu - disse Rossi.
Segundo ele, o código está obsoleto e precisa se atualizar como qualquer lei com mais de 40 anos, na busca por segurança jurídica:
- Estamos todos voltados para a construção de um consenso. A decisão, portanto, será do Congresso Nacional.
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