Foi nos olhos de uma mariposa que um grupo de pesquisadores do Japão encontrou inspiração para aumentar o rendimento de células de energia solar. O segredo está na estrutura da cobertura dos globos oculares dos insetos - ela diminui de forma significativa a reflexão da luz recebida.

Os insetos aproveitam essa capacidade para esconderem-se de seus predadores durante a noite. Nas células fotovoltáicas, a cobertura vai permitir refletir menos luz e, consequentemente, aumentar a absorção de energia do sol.

Em artigo apresentado no site Energy Express, o grupo descreveu como essa camada melhora a performance de módulos fotovoltáicos em laboratório e também em experimentos de campo. Eles mostraram cálculos de como a cobertura anti-reflexo poderia melhorar o desempenho de células solares instaladas em grandes áreas de Tóquio, no Japão, e Phoenix, nos Estados Unidos.

- As reflexões de superfície representam uma perda significativa para qualquer tipo de módulo fotovoltáico - afirmou Noboru Yamada, cientista da Nagaoka Universidade de Tecnologia do Japão, que liderou a pesquisa ao lado de seus colegas da Mitsubishi Rayon e da Universidade Metropolitana de Tóquio.

O grupo optou por testar o efeito do filme em células solares em Phoenix e Tóquio porque a primeira cidade fica em uma área conhecida como "cinturão de sol" - com um alto índice de luz solar direta -, enquanto Tóquio fica fora dessa região, com uma alta fração da radiação solar difusa.

Eles estimam que a cobertura poderia ampliar a eficiência anual

das células solares em 6% em Phoenix e em 5% em Tóquio.

- As pessoas talvez pensem que esse aumento é muito pequeno, mas a eficiência da energia fotovoltáica é exatamente como as taxas de combustível de consumo de veículos rodoviários. Qualquer aumento ajuda - afirmou Yamada.

A equipe agora está trabalhando para melhorar a durabilidade do filme e otimizá-lo para vários tipos de células solares. Eles também acreditam que o filme poderá ser aplicado como um revestimento anti-reflexo para janelas e telas de computador.