Ambiente | 14/02/2011 07h10min
É possível dizer que a água que invade com frequência as cidades tem na ação do homem uma das suas causas mais fortes. Com o avanço da urbanização, as pessoas se aproximaram dos rios, as ruas e as calçadas foram impermeabilizadas, e as áreas verdes, reduzidas. Quando a água cai, acaba escoando por caminhos alternativos, alagando ruas ou destruindo casas.
Em meses como janeiro e fevereiro, é comum ver as cenas de alagamentos e tragédias se somarem. As mesmas histórias têm se repetido há anos, e a causa, para Benedito Braga, professor da Escola Politécnica da USP e especialista em Engenharia Civil e Ambiental, não está ligada às mudanças climáticas.
- É preciso repensar o uso do solo e do espaço urbano - salienta Braga.
Além disso, o papel de cada cidadão continua sendo importante. O lixo jogado de forma inadequada nas ruas das cidades é potencializador da força das chuvas. Com bueiros entupidos e córregos cheios de lixo, fica ainda mais complicado fazer com que a água escoe sem transbordar.
- É tão básico dizer que não se deve jogar lixo no chão, mas os brasileiros ainda não aprenderam - diz Tácio Mauro Pereira de Campos, coordenador do núcleo de Geotecnia Ambiental da PUC-Rio.
Os números reforçam a opinião de Campos. Apenas no espelho d'água da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, são coletadas 20 toneladas de lixo todos os meses. Em São Paulo, somente o lixo que é varrido nas ruas todos os dias chega as 288 toneladas.
Lixo jogado em córregos ou rios dificulta o escoamento da água e provocar inundações
Foto:
Tadeu Vilani
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