Transportes | 08/02/2011 07h11min
O Plano Diretor de Transporte Não Motorizado do Estado do Rio de Janeiro começou recebe, desde a semana passada, críticas e sugestões da sociedade fluminense. A minuta do plano foi apresentada a representantes de prefeituras, organizações não governamentais e universidades no 1º Seminário Técnico do Programa de Transporte Não Motorizado, promovido pela Secretaria Estadual de Transportes.
O plano deverá estar concluído até o fim do primeiro semestre, informou o coordenador do Programa de Transporte Não Motorizado do governo do Estado, Mauro Tavares.
O plano diretor está sendo elaborado por um consórcio, vencedor da licitação do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), integrado por empresas com vasta experiência em planejamento cicloviário mundial. Entre elas, estão a canadense IBI Group, a brasileira Logit e a norte-americana ITDP.
O objetivo é melhorar a mobilidade urbana em todo o estado, abrangendo as condições de locomoção de ciclistas e pedestres, a partir da garantia de maior segurança aos cidadãos.
- A proposta de um plano diretor é que ele se torne diretriz de atuação do governo do Estado. E, a partir daí, tem proposta de incentivo ao uso da bicicleta. Tem diversas ações no sentido de divulgação, conscientização, treinamento - afirmou Tavares.
O interesse crescente por esse tipo de transporte sustentável está atrelado também à questão climática, visando a redução das emissões de gases de efeito estufa na atmosfera, comentou:
- A gente tem que trabalhar para a questão da descarbonização do sistema de transporte. Eu acho que é o grande caminho. É o nosso futuro para reduzir os impactos ambientais.
Tavares afirmou que essa é a aposta da Secretaria Estadual de Transportes, ao assumir essa iniciativa junto com o BID.
- A gente entende que a bicicleta e o deslocamento a pé, que hoje são um percentual importante na matriz de deslocamento de transportes no nosso estado, têm que ser vistos dentro de políticas públicas - acrescentou.
Deslocamento a pé ainda é maior
De acordo com dados do Plano Diretor de Transportes Urbanos (PDTU), os deslocamentos a pé representam hoje 33% da matriz, enquanto os deslocamentos com bicicletas, apenas 3%.
- Nós estamos trabalhando para, até 2016, ter um aumento de 25%. Com isso, a participação modal da bicicleta passaria para 4% e o deslocamento a pé aumentaria 10%, passando para 37% no estado - observou Tavares.
Ele destacou que andar de bicicleta já é um procedimento adotado na maioria dos 92 municípios fluminenses:
- O que falta, efetivamente, são políticas públicas de incentivo a esse modo de deslocamento.
Segundo Mauro Tavares, as prefeituras se mostram interessadas no tema e estão abertas a propostas.
O Rio de Janeiro foi o primeiro Estado brasileiro a elaborar um programa de transporte não motorizado. O projeto fluminense poderá servir de modelo para outras unidades da Federação.
De acordo com o secretário estadual de Transportes, Julio Lopes, o uso de bicicletas cresceu cinco vezes na cidade do Rio de Janeiro nos últimos 15 anos. A malha cicloviária do município tem atualmente 150 quilômetros.
A promessa do prefeito Eduardo Paes é dobrar esse número até o fim de 2012.
- E o Rio de Janeiro, que é hoje a segunda malha cicloviária da América Latina, vai se aproximar da primeira, que é Bogotá, na Colômbia - desafiou Tavares.
A secretaria estima levantar a malha cicloviária de todo o Estado até o fim deste ano.
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