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Ambiente  | 07/02/2011 13h59min

Índios vão a Brasília protestar contra Belo Monte

Manifestantes vão entregar à Dilma nova agenda energética para o Brasil

Está agendado para esta terça-feira, dia 8, em frente ao Congresso Nacional, em Brasília, um ato de protesto contra a construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará.

A manifestação, organizada pelo Movimento Xingu Vivo para Sempre, pela comunidade Avaaz e pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), pretende entregar à presidente Dilma Roussef petições em que mais de 500 mil pessoas dizem não à Belo Monte.

O ato em frente ao Congresso Nacional deve contar com a presença de 150 ribeirinhos e indígenas do Sul do Pará e do Mato Grosso, além de cerca de 50 integrantes do MAB e lideranças sociais e militantes ambientalistas. A audiência com Dilma para a entrega do documento já foi solicitada.

Além das petições, o movimento, também coordenado pela Aliança dos Rios da Amazônia (que reúne as organizações das bacias do Xingu, Madeira, Teles Pires e Tapajós) pretende entregar à Presidência uma agenda de discussão sobre as hidrelétricas na região e o programa energético brasileiro. O pedido de revisão dos projetos hidrelétricos nos rios da Amazônia já foi apresentado pela Aliança à Secretaria Geral da Presidência, em audiência realizada na sexta-feira passada, dia 4.


Seminário em Brasília

Hoje, a Associação Brasileira de Antropologia (ABA) e a Universidade de Brasília (UnB), em parceria com o Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) e a Fundação Darcy Ribeiro, promovem o seminário A Hidrelétrica de Belo Monte e a Questão Indígena.

Realizado no Auditório do Memorial Darcy Ribeiro, na UnB, o evento reúne especialistas, lideranças indígenas, movimentos sociais e autoridades para discutir os impactos e o processo de licenciamento de Belo Monte.


Sobre Belo Monte

Belo Monte será a terceira maior usina do mundo em potência instalada. Só fica atrás de dois gigantes: Itaipu, na fronteira entre Brasil e Paraguai, e Três Gargantas, na China, ambos construídos sob regimes autocráticos.

Para o governo, a obra é essencial por oferecer energia barata para sustentar o crescimento.

ONGs ambientais e ligadas aos direitos dos índios estão entre os maiores adversários de Belo Monte. Mesmo com área inundada menor do que a prevista, temem prejuízo à biodiversidade local e à subsistência dos índios da região, porque o projeto prevê o desvio das águas do Rio Xingu, com a consequente redução de vazão em um trecho de cem quilômetros que passa por duas reservas.

Os índios receiam que Belo Monte abra caminho para outras barragens.

Embora o governo estime o custo de Belo Monte em R$ 19,5 bilhões, estimativas de mercado situam o valor total em R$ 30 bilhões.

Durante a fase de preparação para o leilão, as regras afugentaram os investidores que melhor conheciam o projeto, as construtoras Camargo Corrêa e Odebrecht desistiram de participar, o que aumentou as especulações sobre a viabilidade do preço mínimo estabelecido pelo governo.

ZERO HORA
Andre Penner / AP

Protestos vêm desde a década de 80. Em 2008, índio entra no Rio Xingu durante manifestação
Foto:  Andre Penner  /  AP


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