No domingo, o Inter realizou um recreativo um pouco mais silencioso. Não apenas pelo forte calor de mais de 30°C que castigava os jogadores no gramado principal do Beira-Rio. No primeiro treino com bola na Capital, o grupo estava sem Edinho, cuja transferência para o Lecce foi confirmada ainda no sábado. Ao que tudo indica, o novo clube é apenas uma etapa na carreira do volante.

Hoje pela manhã, reunião entre Inter e representantes do Lecce define a porcentagem que o Inter receberá em futura venda do jogador. Mesmo com acerto de três anos e meio, a ideia dos italianos é repassar Edinho a um clube que dispute a Liga dos Campeões na metade do ano.

– Acho que ele tem as características necessárias para ter sucesso na Europa – afirmou Stefano Castagna, agente Fifa que intermediou o negócio junto aos empresários Fernando Otto e César Behling.

A moral de Edinho está mesmo alta na Itália. Ele chamou a atenção, por ironia, na derrota de 3 a 1 para a Portuguesa no Brasileirão de 2008, em São Paulo. Desde então, o jogador é observado e sempre foi o preferido do Lecce para ocupar a vaga de primeiro volante.

O diretor esportivo do clube, Guido Angelozzi, chegou à Capital especialmente para contratá-lo. Para se ter uma ideia, o dirigente é amigo íntimo do pai de Kaká. Foi convidado para o casamento do astro do Milan e, mesmo assim, não veio ao Brasil. Por Edinho, Angelozzi veio.

A confirmação do negócio ocorreu sábado, em Bento Gonçalves. Antes do coletivo, a torcida cantou o nome de Edinho. À noite, enquanto a delegação descia a Serra, outra mudança.

– A viagem já foi mais tranquila – disse Nilmar se referindo às brincadeiras de Edinho.

Edinho embarca hoje à noite para a Itália. Ao telefone com ZH, ele se desculpou pela pressa e evitou a entrevista. A estreia deve ocorrer dia 8 de fevereiro, pela 23ª rodada do Italiano, contra a Inter, de Milão.