Uma carroça carregando um homem em uma cadeira de rodas parou em frente ao postão do IAPI, na zona norte de Porto Alegre, no início da manhã desta quinta-feira. Rafael Pacheco Barbosa, 27 anos, ajudou seu tio Vladimir Dutra Pacheco a desembarcar do precário veículo e rumou à entrada do posto. Lá já havia dezenas de pessoas que aguardavam atendimento. O estabelecimento havia sido fechado pelos seguranças do local. Eles disseram ser um protesto contra suposto atraso no pagamento de salários.

Depois de muito protesto e ameaças de invasão, os guardas decidiram reabrir o postão por volta das 8h, mas prometeram voltar a fechá-lo caso a cooperativa responsável pela segurança do local — serviço terceirizado pela prefeitura — não pague seus salários. André Behle, integrante do Conselho de Representantes do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), afirmou que os trabalhadores estão sem receber há 20 dias porque não há repasse da prefeitura à cooperativa.

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Enquanto isso, José Carlos de Souza, 59, precisava ver um cardiologista. Chegou às 6h de hoje para uma consulta marcada e parou na porta do centro de saúde. Não obteve muita explicação sobre a situação.

— Não apareceu ninguém. Disseram que estão em greve. Liguei para a prefeitura e disseram que não podem fazer nada.

A comerciante Jurandi Alves da Silva, 52, desistiu de esperar. Tinha consulta marcada para as 7h, mas não suportou ficar aguardando.

— Era meu check-up do ano. Não têm o direito de trancar o posto.

A Secretaria Municipal de Saúde confirmou que a cooperativa trabalha para a prefeitura e informou ter feito o pagamento no dia 14. A terceirizada admitiu o atraso, conforme a Rádio Gaúcha. No entanto, afirmou que depositou os valores às 8h desta quinta-feira.

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