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 | 25/12/2002 22h

Oposição venezuelana critica Lula por oferta de gasolina

A oposição ao governo venezuelano criticou nesta quarta, dia 25, a oferta do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva de envio de gasolina como forma de ajudar o presidente Hugo Chávez a conter os efeitos da greve que vem abalando a indústria petrolífera do país. A ala anti-Chávez considerou a oferta de Lula como pouco amigável.

Um assessor de política externa de Lula, que toma posse oficialmente em 1º de janeiro, disse nesta terça que o presidente eleito estava pronto para discutir a possibilidade de ajuda à Venezuela, cujas exportações de petróleo e o fornecimento doméstico de gasolina foram atingidos pela greve, que já está na quarta semana.

O porta-voz da oposição venezuelana, Timoteo Zambrano, afirmou que a ajuda brasileira seria interpretada como uma tentativa de acabar com a greve, iniciada pelos líderes da oposição em 2 de dezembro na tentativa de pressionar Chávez a entregar sua renúncia e convocar novas eleições no quinto maior país exportador de petróleo do mundo. O presidente venezuelano se recusa a renunciar. 

A greve já causou cortes no abastecimento de gasolina na Venezuela, forçando motoristas a passar parte do Natal em filas em frente aos postos de combustível.

O assessor de assuntos internacionais de Lula, Marco Aurelio Garcia, que visitou Caracas recentemente, disse à agência de notícias Reuters nesta terça que a proposta de envio de gasolina brasileira seria considerada um negócio financeiro com o objetivo político adicional de contribuir para a estabilidade da Venezuela. Zambrano, um dos líderes da coalizão de oposição venezuelana Coordenação Democrática, disse que a oposição enviará na quarta uma carta para o embaixador do Brasil na Venezuela, em Caracas, que pede esclarecimentos sobre a posição adotada pelo país.

Chávez, um ex-paraquedista do Exército eleito presidente venezuelano em 1998, é acusado por seus inimigos de tentar instalar um regime comunista em seu país ao estilo do sistema político de Cuba. O presidente venezuelano afirma que sua revolução, que inclui políticas econômicas intervencionistas e nacionalistas, além de crédito barato e empréstimo rural, é voltada para ajuda aos mais desfavorecidos.

 

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