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Simpatizantes de Chávez atacam emissoras de TV

Acossado pela greve geral que paralisa os eixos da economia da Venezuela, o governo do presidente Hugo Chávez convocou simpatizantes a atacarem emissoras de TV que adotam posições críticas a sua administração. Incentivados por emissoras de rádio estatais, vários prédios de televisões foram depredados nesta terça, dia 10, no nono dia de greve. No Estado de Maracaibo, o canal de TV Globobisión foi invadido. Estúdios e equipamentos foram destruídos.

"Golpistas, digam a verdade", gritavam os manifestantes. O cerco às emissoras, claramente organizado, é uma tática já usada com sucesso quando Chávez foi brevemente tirado do poder, em abril, por um frustrado golpe militar. Chávez acusa a imprensa de apoiar a greve que visa a sua destituição. O ataque à Globovisión aconteceu depois que as emissoras de rádio statais convocaram os simpatizantes de Chávez a "defender a democracia" nas ruas e divulgaram o endereço dos veículos privados de comunicação.

A emissora informou que os "chavistas" invadiram seus estúdios e destruíram vidraças, equipamentos e móveis. Defensores do presidente cercaram, ainda, as sedes da Rádio Caracas Televisión, da Venevisión, da Televen e da CMT, em Caracas, assim como emissoras de TV em Maracaibo, Mérida, Maracaibo e Barquisimeto. Na TVS, em Maracaibo, a funcionária Neyla Romero contou que os manifestantes invadiram o prédio e conseguiram cortar o sinal de transmissão. Os funcionários precisaram de se esconder no terraço.

Os veículos atingidos informaram que denunciarão os atos de intimidação perante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Em ocasiões anteriores, o organismo já exortou Chávez a garantir a segurança dos jornalistas e das empresas de comunicação do país. O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), César Gaviria, que tenta mediar uma saída democrática para a crise, condenou as manifestações.

– A liberdade de imprensa e a liberdade de expressão de todos os venezuelanos devem ser protegidas – afirmou Gaviria.

Chávez enfrenta desde ontem um novo problema: os bancos aderiram à paralisação e estão trabalhando em horário reduzido - três horas diárias, entre 9h e 12h (11h e 14h horário de Brasília). Os caixas eletrônicos estão operando, assim como os centros de atendimento telefônico, estando a abertura das agências condicionada às condições de segurança mínimas e da existência do número necessário de funcionários.

A população já esvaziou as prateleiras da maioria dos supermercados, temendo que a greve se prolongue por mais dias. Os venezuelanos temem também o que poderá ocorrer se Chávez levar adiante sua advertência de que poderá decretar a lei marcial no país.

 

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