O coordenador do grupo de transição do futuro governador Germano Rigotto (PMDB), João Carlos Brum Torres, admitiu nesta quinta, dia 14, a hipótese de negociar uma proposta conciliatória para a dificuldade de receita enfrentada pelo atual governador Olívio Dutra para pagar o 13º salário do funcionalismo.

– Se for encontrada uma solução viável, sim– respondeu Brum Torres ao questionamento de jornalistas sobre a existência de uma alternativa negociada.

As equipes do atual e do futuro governo estiveram reunidas nesta quinta com secretário licenciado da Fazenda Arno Augustin. No encontro, Augustin passou uma explicação detalhada sobre a situação financeira do Estado.

Além dos números oficiais, o grupo – composto pelo secretário-geral de Governo, Guilherme Cassel, pelo secretário substituto da Fazenda, Odir Tonollier, e por Alberto de Oliveira e Paulo Michelucci, da equipe de Rigotto – também debateu as alternativas de obtenção de receita para cobrir o 13º salário.

Entre elas, foram analisadas a antecipação do recolhimento do ICMS e do IPVA (R$ 182 milhões), a venda de créditos (R$ 422,8 milhões) e o ressarcimento de recursos devidos pela União (R$ 1,4 bilhão).

Na saída, Brum Torres, ao lado de Cassel, pela primeira vez falou sem administrar a insatisfação. Garantiu que o próximo governo estava em busca de dados oficiais e que, mesmo diante das explicações, não abria mão de sustentar a existência de um rombo de R$ 1,6 bilhão no caixa único e de um déficit potencial de R$ 4,2 bilhões.

– Estamos angustiados e apreensivos. Ainda não temos indicativo de que não existam estas dívidas – resumiu Brum Torres, com visível ironia.