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 | 30/05/2007 17h11min

Familiares pressionam Discovery para ver documentário sobre acidente da Gol

Resposta sobre a reivindicação foi prometida ainda para esta quarta

A exibição do documentário A tragédia do vôo 1907 provocou um impasse entre o Discovery Channel e os familiares das vítimas do acidente com o Boeing 737-800 da Gol, que matou 154 pessoas em setembro do ano passado. Depois de muita insistência por parte das famílias, o Discovery prometeu dar uma resposta ainda nesta quarta sobre o pedido dos demais familiares, que querem assistir ao documentário antes de sua exibição na TV, no dia 10.

Até agora, apenas dois integrantes da Associação de Parentes das Vítimas do Acidente da Gol assistiram ao filme. O presidente, Jorge André Cavalcante, que participou da exibição exclusiva na terça no Hotel Intercontinental, em São Paulo, disse que as famílias estão incomodadas e querem ter acesso ao filme. Conforme a agência O Globo, pessoalmente, Cavalcante considerou o documentário tendencioso em algumas cenas, principalmente pelo tratamento dado aos pilotos do Legacy.

– O filme tem várias interpretações, de acordo como a forma que a pessoa vivenciou aquilo. É uma visão do Discovery sobre o assunto e tem certos momentos que, para mim, são tendenciosos, como a parte que insiste em jogar toda a responsabilidade do acidente nos controladores brasileiros. O Brasil é culpado por tudo. Isso é muito preocupante para nós. Falam que houve uma sucessão de erros, mas está parecendo que os pilotos do Legacy são heróis em conseguir pousar e salvar sete vidas. Isso é muito tendencioso. Eles não foram heróis, apenas cumpriram a responsabilidade deles de salvar seus passageiros, mas cometeram falhas gravíssimas. Como podem desligar o Transponder e não perceberem isso? Isso é muito sério! – afirmou.

Jorge Cavalcante disse que a associação pediu ao Discovery que todas as 154 famílias recebessem uma cópia do filme, mas a empresa informou que isso não fazia parte de sua política e prometeu enviar cópias futuramente, mas sem falar em data. Segundo ele, as famílias consideram ter o direito legítimo de ver o filme antes da imprensa.

A vice-presidente da associação, Angelita Rosicler De Marchi, que não assistiu ao documentário, disse que o Discovery alegou que as famílias já haviam sido contempladas com a exibição para representantes do grupo, mas ela insistiu que todos os familiares querem ver.

– Estamos aguardando o posicionamento deles até o fim da tarde. Prometeram abrir para todos os familiares antes do dia 10 – afirmou Angelita, confiante que a empresa atenderá o pedido.

Indagado sobre o procedimento que as famílias adotariam caso a maioria reprove o documentário, Jorge Cavalcante disse que o assunto será levado a discussão.

– Será feita uma discussão ampla e colocaremos em votação nossa atitude – disse.

 

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