Em conversas reservadas com aliados políticos, o senador José Sarney (PMDB-AP) já admite que a melhor saída para o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, é pedir licença ou demissão do cargo, embora publicamente esteja defendendo o afilhado e indicado político. Por intermédio de sua assessoria, Sarney afirma que conhece Silas Rondeau há muitos anos, diz que ele tem uma história de seriedade e não acredita que esteja envolvido em negócios escusos. Sarney afirma ainda que não há nada comprovado contra Rondeau, apenas suposições.

– Apóio a ação da Polícia Federal contra a corrupção e desejo a punição de todos os culpados – diz o senador por meio de sua assessoria.

O senador também afirma que não tem qualquer relação de amizade com o empresário Zuleido Veras, dono da construtora Gautama, e diz que em toda sua vida se encontrou no máximo três vezes, por acaso, com o empresário, apontado como o chefe do esquema de fraude em licitações. O senador alega ainda que Zuleido Veras teria ligações com seus adversários no Maranhão.

Silas Rondeau é suspeito de envolvimento com o esquema desmantelado pela Operação Navalha da Polícia Federal, que fraudava licitações de obras públicas. O ministro teria recebido propina no valor de R$ 100 mil da construtora Gautama, empresa suspeita de ser a principal beneficiada com o esquema ilegal. Rondeau nega as denúncias.