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 | 15/05/2007 12h56min

Delegado responsabiliza pilotos do Legacy em depoimento à CPI

Policial analisou plano de vôo, transponder e falhas de comunicação no acidente da Gol

Um dia após a visita ao Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta 1), os integrantes da CPI do Apagão Aéreo começaram a ouvir os primeiros depoimentos. Nesta terça-feira, o delegado da Polícia Federal (PF) Renato Sayão Dias, responsável pelo inquérito que apurou as causas do acidente com o Boeing da Gol, que deixou 154 mortos no ano passado, reafirmou a falha dos pilotos do jato Legacy que colidiu com a aeronave, mas ressaltou que é possível dividir a culpa do acidente com o controle do espaço aéreo brasileiro.

Segundo Sayão, mesmo que os pilotos não tenham agido adequadamente, é responsabilidade do controle aéreo corrigir as falhas de condutas. O delegado reiterou, no entanto, que a conduta dos pilotos por si só já permite identificar as causas do acidente.

Apesar de não ter investigado a fundo a atuação dos controladores de vôos, o delegado afirma que é possível identificar pelo menos quatro falhas cometidas por esses profissionais na tragédia. Em primeiro lugar, explicou Sayão, não havia uma autorização clara do plano do vôo a ser seguido pelo jato Legacy. Além disso, não havia informação de que o Legacy deveria descer de 37 mil pés para 36 mil pés quando sobrevoasse o espaço aéreo de Brasília.

O terceiro erro, segundo o delegado, ocorreu quando os controladores perderam o sinal do transponder e não tomaram nenhuma providência para corrigir a falha. Por fim, quando houve transferência do controle da aeronave americana de Brasília para Manaus foi passada uma informação errada sobre a altitude do Legacy. Os controladores de Brasília disseram o jato estava a 36 mil pés, mas a aeronave estava a 37 mil pés de altitude.

Sayão afirmou, no entanto, que não investigará a atuação dos controladores de vôo, uma vez que esse assunto deverá ser apurado pela Justiça Militar. Por isso, não há nenhuma conclusão relativa a esses profissionais no relatório.

Segundo o delegado, o relatório fez uma análise do plano de vôo, do transponder/TCAS e das falhas de comunicação. Nos três pontos foram detectadas falhas não intencionais dos pilotos americanos, que foram indiciados por homicídio culposo.

AGÊNCIA CÂMARA
 

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