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 | 02/05/2007 23h09min

Justiça Federal ouve no Rio mais três suspeitos da Operação Furacão

Outras três pessoas serão ouvidas por juíza Ana Paula Vieira de Carvalho nesta quinta-feira

A juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, da 6ª Vara Federal Criminal, ouviu nesta quarta, no Rio de Janeiro, mais três pessoas suspeitas de fazerem parte de um esquema de favorecimento das casas de bingos e máquinas caça-níqueis, desbaratado pela Operação Hurricane (Furacão), da Polícia Federal. As íntegras dos depoimentos, exceto as transcrições das escutas telefônicas, sob segredo de Justiça, foram divulgadas pela assessoria de comunicação da Justiça Federal do Rio de Janeiro.

O primeiro a depor foi José Luiz da Costa Rebello, acusado de ser gerente do Bingo Icaraí, em Niterói (RJ), que teve máquinas caça-níqueis apreendidas no ano passado e posteriormente liberadas, através de uma liminar judicial.

José Luiz falou por 40 minutos, disse que tem uma empresa de engenharia e que foi gerente do bingo de 2000 a 2002. Ele negou saber detalhes sobre o processo jurídico que resultou na liberação das máquinas, tarefa, segundo ele, desempenhada pelo advogado do bingo, Sérgio Luzio. Na denúncia feita pelo Ministério Público Federal (MPF) à Justiça, José Luiz aparece como tendo “intensa atuação” nos contatos com o advogado Virgilio Medina, irmão do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Paulo Medina.

Já a secretária da Associação dos Bingos do Rio de Janeiro (Aberj), Ana Cláudia do Espírito Santo, depôs por cerca de uma hora e meia e admitiu que fazia pagamentos mensais dentro de envelopes. Mas afirmou que o dinheiro era destinado a bingos em dificuldades financeiras ou até para pessoas que ficavam desempregadas por causa do fechamento das casas. Na denúncia do MPF, Ana Cláudia é apontada como encarregada de auxiliar na distribuição de propina mensal a funcionários públicos.

Segundo o seu advogado, Leonardo Yarochewsky, a secretária só cumpria ordens e nunca teve qualquer contato com juízes federais ou procurador da República:

– Ela não conhece nenhum desembargador, procurador da República, delegado de polícia, ministro do Supremo Tribunal Federal.

O último depoente da tarde, o advogado Jaime Garcia Dias da Fonseca, se negou a falar, afirmando que só iria se pronunciar quando tivesse acesso às gravações telefônicas que fazem parte do processo. De acordo com a denúncia do MPF, Jaime Garcia seria responsável por interferir nos processos judiciais, através do pagamento de propinas a juízes e delegados, garantindo a devolução de máquinas apreendidas e o funcionamento das casas de bingos.

Nesta quinta-feira, outras três pessoas serão ouvidas, a partir das 13h, na 6ª Vara Federal Criminal: Silvério Nery Cabral Júnior, Ségio Luzio Marques de Araújo e Virgílio Medina. A trama foi alvo da Operação Furacão, realizada pela Polícia Federal, no dia 13 de abril, que resultou na prisão de 27 pessoas, incluindo três juízes e um procurador da República, que acabaram libertados por terem foro privilegiado. Uma única pessoa está foragida: Marcelo Kalil, filho de Antônio Kalil, o Turcão.

O ministro Paulo Medina, que chegou a ser citado, mas teve sua prisão negada, pediu afastamento hoje do STJ.

AGÊNCIA BRASIL
 

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