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 | 23/04/2007 21h33min

Oposição tenta afinar discurso sobre criação de duas CPIs

Tucanos e Democratas têm interesse nas investigações sobre setor aéreo

Os presidentes do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), e do Democratas, deputado Rodrigo Maia (RJ), almoçam nesta terça-feira para tentar acertar a estratégia da oposição nas CPIs da Câmara e Senado que devem ser instaladas na primeira quinzena de maio para investigar as causas do apagão aéreo e irregularidades na Infraero.

O encontro servirá também para desfazer o mal estar criado pela ida de Tasso ao Palácio do Planalto na semana passada e afastar os rumores de que a abertura de um canal de diálogo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderá levar os tucanos a recuar na disposição de instalação da CPI no Senado, onde a correlação de forças é menos favorável ao governo.

– Não existe chance de recuarmos – assegurou Tasso.

Já o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse nesta segunda-feira que, caso o Supremo Tribunal Federal (STF) decida pela instalação da CPI do Apagão Aéreo, em sessão prevista para esta quarta-feira, ele vai cumprir o regimento e a comissão será instalada em um “prazo adequado”.

– Significa que os líderes terão prazo para indicar os seus componentes, e eu creio que o farão. Porque tudo o que podia ser feito de disputa política de ambos os lados, base do governo e oposição, já foi feito. Então, se o Supremo decidir vai ser instalada no prazo adequado – disse.

O procurador-Geral da República, Antonio Fernando de Souza, já deu parecer favorável à criação da CPI para investigar o caos nos aeroportos. O relator do caso no STF, ministro Celso de Mello, mandou há um mês que a Câmara retirasse do arquivo a CPI, mas não determinou a imediata abertura das investigações. Ele ainda deve apresentar seu parecer, que servirá de base para votação em plenário.

A estratégia do governo é acelerar o início das investigações na Câmara e esvaziar a CPI do Senado. As duas CPIs deverão ser instaladas na mesma época, possivelmente na segunda semana de maio, em função do feriado do próximo dia 1º. A resistência de setores do PSDB na Câmara em apoiar a investigação no Senado pode, involuntariamente, reforçar a tese governista.

Em reunião de líderes marcada para esta terça-feira, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o líder do governo na Casa, Romero Jucá (PMDB-RR), deverão fazer um último alerta à oposição sobre os inconvenientes da dupla investigação sobre um mesmo tema.

Jucá deverá repetir os argumentos na reunião de líderes sobre os inconvenientes de uma dupla investigação no Congresso sobre um mesmo assunto, que poderá levar as duas casas ao desgaste. Mas se depender do Democratas, as duas CPIs serão instaladas dentro do menor prazo possível.

– Isso é uma coisa irreversível – antecipou o líder do DEM, senador Agripino Maia (RN).

AGÊNCIA O GLOBO
 

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