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 | 31/03/2007 00h24min

Palácio do Planalto confirma acordo com controladores

Lula disse que fim da paralisação nos aeroportos era questão de segurança nacional

O governo federal fechou um acordo com a Associação dos Controladores de Vôo, aceitando suas exigências de aumentar salários, criar um plano de carreira para a categoria e começar a discutir a retirada da função da área militar. O governo também aceitou cancelar todas as transferências de operadores para outras cidades feitas nos últimos seis meses, que eram vistas pela associação como uma forma de retaliar os grevistas. Os controladores de vôo estavam paralisados desde pouco depois das 20h desta sexta-feira.

A decisão de abrir um “canal de negociação” com os controladores de vôo foi do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo o ministro Franklin Martins, da Secretaria de Comunicação Social. Lula, afirma Franklin, ligou de Washington transmitindo a ordem aos ministros do Planejamento, Paulo Bernardo, e da Defesa, Waldir Pires, além do vice-presidente José Alencar. Na ligação, segue Franklin, Lula informou que o fim da paralisação nos aeroportos era uma “questão de segurança nacional”.

O acordo foi fechado em uma reunião que entrou pela madrugada, entre Paulo Bernardo e os controladores, na sede do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Espaço Aéreo (Cindacta) em Brasília. Os controladores deixaram a reunião e retornaram imediatamente ao trabalho, segundo a associação.

O acordo prevê pagamento de uma gratificação de emergência e a garantia de que nenhum grevista será punido. Também ficou definido que na próxima terça-feira haverá a primeira reunião para definir como a função de controlador deixará de ser parte da carreira militar.

Uma sexta-feira problemática nos aeroportos

A sexta-feira foi problemática nos aeroportos brasileiros. Os operadores iniciaram uma operação-padrão com controle de fluxo de aviões, o que implica a redução do número de aeronaves no ar. Depois disso, em um movimento inédito na história brasileira, os controladores deflagraram a greve que levou a um novo apagão aéreo no país. A ação foi interpretada como um motim pela Aeronáutica, que determinou a prisão de 18 envolvidos, ordem suspensa por Lula horas depois.

Os profissionais militares se aquartelaram em Brasília, decidindo permanecer voluntariamente por tempo indeterminado no Cindacta-1. De acordo com a Infraero, os aeroportos do país pararam pouco depois das 20h. O primeiro a interromper o tráfego foi o Juscelino Kubitschek, na capital federal, que fechou antes, a partir das 18h44min, como efeito direto da paralisação dos profissionais do Cindacta-1.

Entre a hora do fechamento e pouco depois da 0h30min, filas se formaram, lotando os aeroportos comerciais do país. Muitas pessoas reclamaram das informações desencontradas sobre o tráfego. Milhares de passageiros impedidos de embarcar promoveram uma onda de protestos pelo Brasil.

Ministro diz que famílias não podem ficar reféns

Na tarde desta sexta-feira, o ministro da Defesa, Waldir Pires, já havia afirmado que o Estado democrático e as famílias brasileiras não podiam ficar "reféns de ninguém".

– Os problemas de hoje vêm de décadas e demoram a ser resolvidos. Todos nós precisamos de paciência – afirmou, depois do encontro.

Referindo-se à crise, o presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, disse nesta semana que era impossível determinar o prazo para o fim do caos nos aeroportos, como havia pedido Lula.

Apagão Aéreo pode virar motivo de CPI

Uma liminar do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou na quinta-feira o desarquivamento do pedido de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo. Mas a liminar prorrogava a decisão final sobre instalar a comissão para uma sessão com todos os ministros do Supremo.

A partir da decisão do STF, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), afirmou que iria esperar a decisão final do Supremo. Mas os Democratas (ex-PFL), autores da ação na Justiça, alegaram que a CPI poderia ser instalada, já que possui o número mínimo de assinaturas e tinha sido lida em Plenário.

CLICRBS, ZERO HORA, AGÊNCIA BRASIL E AGÊNCIA O GLOBO
 

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