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 | 13/12/2006 19h23min

Luiz Dulci alerta para distorções de reajustes muito altos

Presidente do Senado disse que não há nada acertado sobre o assunto

Ao ser perguntado sobre um acordo no Congresso para reajustar o salário dos parlamentares, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Dulci, disse que cada poder tem autonomia para decidir sobre aumentos salariais, mas observou que grandes reajustes podem causar distorções.

– Nenhum poder pode impor ao outro conduta A ou B. Mas acho que todos os três (Executivo, Legislativo e Judiciário) temos que buscar parâmetros de remuneração compatíveis com as possibilidades do país. Qualquer tipo de reajuste superior aos parâmetros que estão sendo adotados para o conjunto dos trabalhadores brasileiros acaba gerando algum tipo de distorção. Isso vale para os poderes, para qualquer setor. Se Lula tiver ponderações a fazer, vai fazer ponderações de maneira institucional, não na base do palpite – disse.

Já o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que o assunto é inevitável, mas que não há nada acertado por enquanto.

– É um assunto inevitável, mas não discutimos nada. Estamos com a pauta trancada – disse Renan, depois de assistir à cerimônia de posse do novo presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Walton Rodrigues.

Segundo reportagem do jornal O Globo publicada nesta quarta-feira, as Mesas da Câmara e do Senado decidiram equiparar os subsídios dos parlamentares ao dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Em campanha pela reeleição, Renan e Aldo Rebelo (PCdoB-SP), presidente da Câmara, devem assinar, até semana que vem, um ato conjunto concedendo o aumento. Assim, pretendem dividir o ônus da medida junto à opinião pública.

O reajuste, reivindicado há meses pelo chamado baixo clero, pode elevar os salários de R$ 12,8 mil para R$ 24,6 mil ou, de acordo com outra proposta em estudo, para R$ 16,5 mil com a correção da inflação do período.

A equiparação já foi aprovada pelo Projeto de Decreto Legislativo 444, de 2002, mas não foi implementada até hoje porque os dirigentes temiam a repercussão negativa da medida.

– O reajuste é consenso nas Mesas. Todos defendem. Mas o Rebelo pediu para que não tratássemos disso para não misturar com as eleições para a presidência da Câmara. Isso não beneficia ninguém (nenhum candidato) pois todos defendem o aumento – afirmou o corregedor-geral da Câmara, Ciro Nogueira (PP-PI).

A única compensação pelo reajuste do subsídio dos deputados seria o fim da verba de R$ 4,2 mil para despesas com Correios e telefone, que seriam descontados da verba indenizatória de R$ 15 mil.

AGÊNCIA O GLOBO

 

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