Em conversas com aliados, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou que o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, será mantido no cargo em seu segundo mandato. Gabrielli integra a comitiva de Lula na viagem à Venezuela, quando será discutida a construção da refinaria Abreu Lima, no porto de Suape, em Pernambuco, numa parceria entre a Petrobras e a PDVSA (petrolífera venezuelana).

Ao tratar da refinaria com o governador eleito de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), logo depois do segundo turno, Lula o orientou a negociar diretamente com Gabrielli.

O governador chegou a perguntar a Lula se deveria conversar sobre a refinaria com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que é tida como nome certo no segundo mandato, mas o presidente disse que o interlocutor era Gabrielli. No final da semana passada, seguindo a orientação do presidente, Eduardo Campos foi ao Rio de Janeiro tratar da refinaria de Pernambuco. Quando telefonou para acertar as reuniões, Gabrielli lhe disse que tinha estado com Lula e já estava aguardando o telefonema.

A intenção da Petrobras é começar a terraplanagem do terreno onde será construída a refinaria em julho do próximo ano. Dos 600 hectares necessários para o empreendimento, 400 foram comprados e outros 200 estão em processo de desapropriação pelo governo do Estado. O porto de Suape já tem licença ambiental, mas ainda falta o relatório de impacto ambiental da refinaria, que está sendo feito pela Universidade Federal de Pernambuco.

A PDVSA, no entanto, está vinculando o início das obras à exploração conjunta das reservas da região do Orinoco, onde Lula e Chávez estarão nesta segunda-feira. A Petrobras negocia com o governo venezuelano os impostos incidentes sobre a operação. Segundo Eduardo Campos, na semana passada Gabrielli disse que a Petrobras vai iniciar as obras da refirnaria independentemente da PDVSA.

– A decisão da Petrobras é fazer – disse o governador eleito.

AGÊNCIA O GLOBO