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 | 30/10/2006 09h12min

Totalização dos votos consolida vitória esmagadora de Lula

Apesar de faltarem cerca de 2 mil votos, TSE já considera apuração de 100%

A totalização dos votos em todo o país – apesar de faltarem cerca de 2 mil votos, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já considera uma apuração de 100% - consolidou a vitória esmagadora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Reeleito com 58.294.170 votos (60,83%), Lula venceu as eleições no Distrito Federal e em 19 dos 26 Estados brasileiros. O candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, teve mais votos apenas em sete Estados, totalizando 37.542.978 (39,17%) – uma diferença de 20.751.192 para Lula. A vantagem de Lula para Alckmin foi quase a mesma que ele obteve sobre o também tucano José Serra no segundo turno de 2002, quando o petista obteve quase 19,5 milhões de votos a mais que o concorrente.

O melhor desempenho do petista foi no Norte e no Nordeste, enquanto no Sul, o tucano teve votação expressiva.

O vice é o mesmo eleito em 2002, José Alencar (PRB). O petista se mantém no poder mesmo depois de um mandato marcado por denúncias de corrupção que atingiram em cheio membros do primeiro escalão de seu governo, líderes do partido e assessores próximos.

Lula tem agora como desafio garantir uma base aliada para aprovação de projetos no Congresso. No campo econômico, o presidente prevê crescimento maior do que a média de 2,5%, garantidos por meio de uma política de manutenção de juros altos, num estilo semelhante ao do governo Fernando Henrique. O presidente acredita na melhora ao dizer que o Brasil tem política externa forte, conquista indicadores positivos com exportações e faz crescer o emprego formal. Forte mesmo é o apoio de classes mais baixas a Lula. Com uma política social agressiva, o atual governo exibe números que indicam redução de miséria.

Após a vitória, o presidente reeleito atribuiu sua vitória ao povo.

– Sobretudo ao povo que foi incluído no patamar daqueles que já tinham conquistado a cidadania. Acho que a inclusão social de milhões e milhões, os acertos e erros do governo, permitiram que pudéssemos chegar mais amadurecidos ao processo eleitoral. Sou grato ao povo desse país, que foi instado a ter dúvida sobre o governo. Mas o povo sabia fazer a diferença entre o que era verdade e o que era mentira. O povo sentiu que tinha melhorado, e contra isso não há adversário. O povo sentiu melhora na mesa, no bolso, no seu cotidiano, na vida de sua família – afirmou Lula, acrescentando que continuará a governar o Brasil para todos, mas que vai priorizar os mais pobres.

Alckmin também fez um discurso de agradecimento depois da confirmação do resultado. Acompanhado pelo governador eleito de São Paulo, José Serra, Alckmin mencionou os partidos que apoiaram a sua candidatura. O tucano disse estar feliz, mesmo com a derrota.

– Fiz o máximo que pude. Saio dessa campanha com mais fé e apaixonado pelo povo brasileiro – afirmou.

A maior vantagem de Lula sobre Alckmin, em pontos percentuais, foi registrada no Amazonas, onde Lula ficou com 86,80% dos votos válidos, contra 13,20% de Alckmin. Já a disputa mais apertada aconteceu no Paraná, onde Alckmin venceu com 50,75% dos votos válidos, contra 49,25% do presidente reeleito.

A maior margem de Alckmin sobre Lula, por sua vez, foi no Estado em Roraima, onde ficou com 61,49% dos votos válidos, contra 38,51% do candidato reeleito. Em São Paulo, o maior colégio eleitoral do país, o tucano venceu com uma diferença de 1.012.223 milhão de votos. Alckmin obteve 52,26% dos votos válidos, totalizando 11.696.504. Já Lula ficou com 47,74%, chegando a 10.684.281 votos.

O candidato à reeleição tomou um susto no primeiro turno quando pesquisas apontavam para uma inevitável vitória no dia 1º de outubro. Cenas de pilhas de dinheiro usado para a compra do Dossiê Cuiabá foram mostradas às vésperas das eleições e podem ter provocado um novo pleito – eram o R$ 1,7 milhão apreendidos com petistas numa operação desastrada (e frustrada) para comprar documentos de empresários que ligariam tucanos à Máfia das Sanguessugas – o esquema de superfaturamento na compra de ambulâncias. A ausência de Lula no debate marcado pela Rede Globo no mesmo dia também foi admitida pelo próprio presidente como um dos motivos para o adiamento da reeleição.

No segundo turno, Lula participou de quatro dos cinco debates propostos por emissoras de televisão. No primeiro round, Alckmin mudou a estratégia de até então e adotou uma postura agressiva e os dois presidenciáveis trocaram farpas ao longo do programa. Sem surtir efeito segundo pesquisas de intenção de voto, o tucano foi baixando o tom. Mas, ao mesmo tempo em que apresentavam propostas, tanto o petista contra o tucano voltavam a ataques pessoais. Escândalos de corrupção eram constantemente lembrados por Alckmin.

Confira todos os detalhes da apuração

Como ficou o mapa do poder

CLICRBS E AGÊNCIA O GLOBO
 

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