O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de 61 anos, foi reeleito com 60,38% dos votos válidos, contra 39,62% de seu adversário, Geraldo Alckmin (PSDB), segundo dados oficiais divulgados com 82,28% das urnas apuradas. O resultado foi oficializado por volta das 19h30min pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marco Aurélio Mello.

– São 19h30 e já temos totalizados 90% dos votos, e os votos que ainda faltam para serem totalizados não cobrem a diferença entre o primeiro e segundo colocados. O que implica dizer que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está reeleito – anunciou Marco Aurélio Neto.

O ministro disse ter ficado surpreso com a rapidez das apurações. Segundo ele, às 19h18m a diferença de votos entre os dois candidatos já superava o número de votos que ainda precisavam ser contabilizados. A expectativa era que os 90% dos votos estivessem contabilizados apenas às 22h.

– Mais uma vez fomos surpreendidos pela máquina – disse Marco Aurélio.

Os primeiros resultados oficiais, divulgados após o fechamento dos colégios, ratificaram os números de pesquisas de boca-de-urna do Ibope, que apontaram uma vitória a Lula com 62% dos votos válidos, contra 38% de Alckmin. A pesquisa do Ibope confirmou também o que apontavam todas as enquetes anteriores, que desde duas semanas atrás previam uma vantagem superior a vinte pontos percentuais para o presidente.

Lula se antecipou aos resultados ao votar neste domingo e começou a festejar o resultado desde cedo.

– A reeleição é uma coisa importante e me deixa feliz, porque o povo soube reconhecer o trabalho de quatro anos – disse duas horas depois da abertura dos colégios eleitorais, quando foi votar em São Bernardo do Campo, onde, há três décadas, começou sua vida sindical.

Segundo Lula, este pleito é uma prova de que o Brasil está unido. A euforia da militância do PT não é o ponto final do escândalo do dossiê, pelo qual a oposição pediu uma investigação à Justiça Eleitoral, que pode chegar até a impugnar a candidatura de Lula, inclusive nos próximos dois meses, se for comprovado que o presidente esteve direta ou indiretamente envolvido.

Segundo o PT e o próprio Governo, por trás dessa denúncia escondem-se "intenções golpistas" da oposição para atropelar a via legal e ignorar a possível vitória de Lula.

O ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso respondeu a essas afirmações. Para ele, buscar a verdade não é ser golpista, mas um exercício fundamental em uma democracia, que deve castigar todos aqueles envolvidos em delitos.