Para atender às exigências da cláusula de barreira, o PL e o Prona formalizaram nesta quinta-feira a fusão das duas legendas no Partido da República (PR), que será presidido por Sérgio Tamer (PL) e terá 25 deputados e três senadores. O PTdoB, que tem um deputado, participou da negociação, mas problemas burocráticos impediram a formalização do acordo, que será retomado futuramente. Outro que faria parte do PR é o PSC, mas o partido exigiu participação em todos os diretórios, mesmo onde não tem deputado, e não foi possível o acordo.

O ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento (PL) será o presidente de honra do PR. Já o deputado Enéas Carneiro (SP), que atualmente preside o Prona, será o vice-presidente da nova legenda. Ao formalizar a fusão, Enéas não se mostrou preocupado com uma possível reação negativa do eleitor do Prona ao acordo com o PL. Fiel a seu estilo, Enéas demonstrou irritação ao ser perguntado sobre o que o eleitor do Prona "acharia" da fusão:

– Não gosto dessa terminologia achar. Quem acha, declara de público que não sabe nada. Estávamos na iminência de não ter espaço para falar (...) O tempo é que vai dizer se os eleitores vão entender ou não nossa decisão – disse Enéas, afirmando que a fusão era necessária porque seu partido terá direito a voz e porque concorda com as propostas do PR.

O documento divulgado pelo novo partido diz que ele se compromete a preservar os valores e princípios que constituíram o PL e o Prona, que têm por base proteger o patrimônio público. Com a fusão, Enéas terá direito a 18 das 80 inserções de 30 segundos que o PL tem por semestre. O deputado disse que não se preocupa em participar de um partido que terá em suas fileiras vários parlamentares envolvidos em escândalos como o do mensalão e dos sanguessugas.

– Continuo a responder que nada tenho a ver com isso, com mensaleiros e sanguessugas. Constrangido? Não, senhor, não me sinto constrangido. Eu sou muito direto – afirmou.

AGÊNCIA O GLOBO