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 | 19/10/2006 07h20min

Disputa no PMDB gaúcho pode abalar hegemonia de grupo de Simon

Ala de Eiseu Padilha está disposta a lutar pela presidência da Legenda no Estado

Por trás do lamento do PMDB gaúcho pela derrota do governador Germano Rigotto corre uma guerra capaz de balançar a hegemonia do grupo do senador Pedro Simon na cúpula do partido. Com o flanco aberto pelo fracasso eleitoral, a ala do deputado federal Eliseu Padilha está disposta a lutar pela presidência da legenda no Estado. A sucessão de Simon no comando da sigla está marcada para dezembro, e as eventuais chapas ainda não estão formadas. Mas o consenso conquistado em 14 de dezembro de 2003, quando o senador assumiu o cargo sem resistências, está cada vez mais distante.

Líder incontestável entre os peemedebistas gaúchos, Simon vinha conseguindo manter o equilíbrio interno até as urnas derrubarem seus mais próximos aliados, gente como Rigotto e Cezar Schirmer, deputado federal não-reeleito.

Fortalecida no dia 1º de outubro, a ala de Padilha, que em 2003 aceitou a unidade em torno de Simon, prega agora a renovação no comando do partido sem esperar pela tradicional palavra final do senador. O desafio se escora na dimensão política conquistada por Padilha nos últimos anos. De ministro dos Transportes do presidente Fernando Henrique Cardoso, passou a ser interlocutor do ex-presidente tucano e um dos estrategistas da campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) a presidente. Mesmo antes de Alckmin crescer nas pesquisas, o deputado se abraçou no candidato mirando uma cadeira de ministro, nomeação que o impediria de ser candidato a presidente estadual do PMDB.

Aproximar a sigla das bases e prepará-la para os pleitos de 2008 e 2010 são os principais argumentos do grupo de Padilha. Estão em confronto, porém, duas formas de fazer política. Sob o comando de Simon, o PMDB carrega o peso histórico da legenda, os longos debates antes de tomar decisões e a luta pela manutenção da imagem de um PMDB independente. Padilha representa o pragmatismo, a estratégia e a capacidade de articulação.

Mas é a ocupação de espaços o que mais move as duas alas. Apoiadores de Padilha se queixam da distribuição de cargos no governo Rigotto apenas entre o grupo de Simon. Não esquecem casos como o de Glademir Moura, peemedebista que perdeu a prefeitura de Viamão em 2004 apenas por dois pontos percentuais, não conseguiu retornar para uma vaga de terceiro escalão na Metroplan.

ZERO HORA

 

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