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 | 14/10/2006 14h05min

Revista diz que Bastos instruiu Freud para afastá-lo do dossiê Cuiabá

Freud teve seu nome citado por Gedimar e Valdebran, presos com R$ 1,7 milhão

Em reportagem publicada em seu site neste sábado, a revista Veja afirma que o ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, agiu nas últimas semanas para afastar o ex-assessor da presidência Freud Godoy do escândalo da tentativa frustrada de compra de um dossiê contra tucanos.

Freud teve seu nome citado pelo ex-policial federal Gedimar Pereira Passos, preso em São Paulo juntamente com o petista Valdebran Padilha, com R$ 1,7 milhão para comprar o dossiê. Em seu primeiro depoimento na Polícia Federal, Gedimar acusou Freud de ter montado a operação de compra do dossiê. Mas mudou a versão em seguida, em sua defesa no processo de investigação aberto pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Gedimar informa ter mencionado Freud por causa da falsa promessa de liberdade que, segundo ele, teria sido feita a ele pelo delegado federal Edmilson Pereira Bruno, responsável pelo depoimento.

De acordo com a reportagem, coube a Bastos conversar com Freud quando o escândalo estourou e indicar a ele um advogado.

– Thomaz Bastos cobrou esforços diários de Freud, do advogado indicado por ele e do tesoureiro do PT no que parecia ser a tarefa mais urgente: convencer Gedimar a recuar – publicou a revista.

Ainda segundo a publicação, teriam participado da suposta operação para convencer Gedimar a mudar sua versão o tesoureiro do PT, Paulo Ferreira, e José Carlos Espinoza , ex-segurança de Lula que se dedica à campanha da reeleição.

Prossegue a revista dizendo que, "segundo um relato escrito por três delegados da Polícia Federal e encaminhado à Veja, Espinoza e Freud, acompanhados de dois homens não identificados, fizeram uma visita a Gedimar na noite de 18 de setembro, quando ele ainda estava preso na carceragem da PF em São Paulo. Segundo Veja, a visita ocorreu fora do horário regular e sem um memorando interno a autorizando. De acordo com o relato dos policiais, o encontro foi facilitado por Severino Alexandre, diretor executivo da PF paulista. A superintendência da instituição nega o encontro.

Ainda segundo a revista, Severino teria acomodado os petistas em seu gabinete e determinado a Jorge Luiz Herculano, chefe do núcleo de custódia da PF, que retirasse Gedimar de sua cela. Procurado por uma repórter da revista, Herculano não confirmou a história.

A revista detalha o relacionamento estreito entre Lula e Freud, "um dos poucos assessores com trânsito livre no Palácio da Alvorada nos fins de semana", e conclui:

– O governo tem feito um esforço, compreensível dada a proximidade de Freud com o primeiro-casal, para tirá-lo da zona de choque do dossiêgate. No fim de setembro, quando a Justiça Federal decretou a sua prisão temporária, a PF estava impedida de cumprir a ordem judicial por força da lei eleitoral. A PF vazou a decisão judicial, dando tempo para que Freud conseguisse reverter a decisão numa instância superior antes de ser preso. Além disso, antes mesmo de examinar os extratos telefônicos de Freud, a polícia deu a entender que ele deixara de ser suspeito no caso da compra do dossiê. Tudo porque, examinando as chamadas telefônicas realizadas pelos petistas presos com o R$ 1,7 milhão, foram encontradas apenas três ligações entre Gedimar e Freud. Como os telefonemas teriam ocorrido em agosto, um mês antes da compra do dossiê, isso inocentaria Freud de qualquer envolvimento no episódio. Sem que nenhuma autoridade policial assumisse a informação, a versão foi plantada pelo governo nos jornais na semana passada. O número de telefonemas entre comparsas não inocenta ninguém. Mas também não incrimina. Para que Freud Godoy possa retomar sua boa vida de fiel assessor do presidente da República, precisa ser exonerado das suspeitas que pairam sobre ele – diz a revista.

AGÊNCIA GLOBO
 

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