O ex-presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), confirmou nesta quarta-feira que se colocou à disposição da Polícia Federal para prestar esclarecimentos sobre as denúncias de participação na tentativa de compra do dossiê contra políticos tucanos. Mais cedo, a polícia informou que o deputado irá depor na próxima sexta-feira. Por meio de sua assessoria, no entanto, Berzoini diz que não definiu data.

Ele conta que conversou por telefone com o delegado responsável pelas investigações, Diógenes Curado Filho, e se colocou à disposição para depor “o quanto antes”, mas “ficaram de marcar a data”, explica a assessoria. Berzoini, por ser parlamentar, tem direito a foro privilegiado e, por isso, não pode ser obrigado a depor. Ele é convidado a prestar esclarecimentos e não intimado. O deputado tem direito ainda a escolher local e horário.

Nesta quarta à noite, o delegado viaja para São Paulo, onde Berzoini pode ser ouvido. Também na capital paulista, a PF vai ouvir o empresário Abel Pereira, que será intimado a depor na sexta, na PF em São Paulo.

No último dia 6, ao se licenciar da função partidária, o deputado disse que não teme a investigação:

- Sei das minhas responsabilidades, da minha postura durante todo esse período e não tenho qualquer temor em relação a qualquer investigação.

Até agora, as investigações citaram o nome Berzoini apenas no depoimento do ex-chefe de Informações e Inteligência da campanha à reeleição de Lula, Jorge Lorenzetti. Ele contou que Berzoini sabia que ele iria se encontrar com jornalistas para conversar sobre uma pauta de interesse do partido, mas não sabia que o assunto era um dossiê que seria negociado por petistas com o empresário Luiz Antonio Trevisan Vedoin.

Berzoini se afastou da presidência do partido e da coordenação da campanha de Lula após as acusações contra sua equipe.