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 | 28/09/2006 07h10min

De olho no segundo turno, campanha de Alckmin tem novo ânimo

Lideranças do PSDB e do PFL afinaram o discurso e batem no governo

Às vésperas da eleição, as trapalhadas do PT no episódio do Dossiê Cuiabá asseguraram novo ânimo à candidatura de Geraldo Alckmin. Até então abandonado pelos seus próprios companheiros de partido, o tucano, agora, consegue mobilizar as cúpulas do PFL e do PSDB. Empenhados em levar o pleito para segundo turno, as lideranças afinaram o discurso, batem no governo e colocam em prática estratégias de última hora. Até a tribuna do Senado serviu, ontem, de arena para campanha.

Com a missão de ligar os envolvidos no escândalo do dossiê à imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os principais conselheiros da campanha recorrem à Justiça e ocupam todos os espaços da mídia. Depois de pedir a quebra de sigilo telefônico de Freud Godoy – ex-assessor do Palácio do Planalto –, ontem os advogados do PFL se preparavam para encaminhar ao Tribunal Superior Eleitoral a mesma solicitação contra Expedito Afonso Veloso, diretor afastado do Banco do Brasil.

Em Brasília, enquanto o jurídico trabalhava nessas ações, senadores tucanos e pefelistas ocupavam a tribuna do Senado para atacar Lula sem piedade. O senador Heráclito Fortes, que estava em São Paulo, pegou um avião de volta para Brasília para participar da força-tarefa, e as campanhas no interior do Nordeste foram até deixadas de lado por pesos pesados como o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). No auge do desânimo entre os tucanos, Tasso foi um dos que tinha se afastado de Alckmin.

– A ordem é unir forças e ocupar todos os espaços . Aproveitamos até a audiência da TV Senado, por isso resolvemos fazer esse plantão aqui em Brasília – revela o senador José Jorge (PFL-PE), candidato à vice-presidência.

A mudança de tom na campanha ganhou corpo no início da semana. O próprio candidato abandonou a postura morna para atacar o adversário. Entre outras acusações, o tucano alega que Lula enfrentaria uma crise de governabilidade, na hipótese de um segundo governo.

– Não há dúvida de que o caso do dossiê era o combustível que faltava para sacudir quem estava dormindo, quem achava que o candidato não tinha mais chances – reconhece o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC).

No Rio Grande do Sul, o deputado Eliseu Padilha (PMDB) revela que peemedebistas até então em cima do muro têm se aproximado da candidatura Alckmin. Coordenador da campanha no Estado, Padilha comemora o bom desempenho do seu candidato entre os gaúchos e se prepara para um segundo turno.

Tanta euforia, porém, ainda não encontra respaldo nas pesquisas. Um dos últimos levantamentos mostra que Alckmin cresceu quase oito pontos percentuais em um mês, mas, mesmo assim, Lula continuaria vencendo no primeiro turno. Trabalhando na contra-informação, os conselheiros de Alckmin alegam que contam com pesquisas internas bem mais otimistas. Nas duas últimas semanas, até o material de campanha - que estava em falta - se multiplicou nos comitês pelo Brasil. A expectativa, hoje, é que Lula participe do debate na TV, e que Alckmin saia fortalecido.

– Não vou para Porto de Galinhas. Vocês vão ver: vou é para o Jaburu – brincava, ontem, José Jorge pelos corredores do Senado, lembrando de sua praia favorita, em Pernambuco.

CAROLINA BAHIA/ZERO HORA

 

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