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 | 28/09/2006 07h

Matemática mostra números para levar a segundo turno

Adversários de Lula teriam de conquistar 695 votos por minuto

Pelo menos 3.021.923 votos em três dias, cerca de 1 milhão por dia, 41.667 por hora, 695 por minuto. Somente se avançarem a essa velocidade as intenções de voto dos adversários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) levarão a disputa para o segundo turno.

As duas novas pesquisas de intenção de voto divulgadas ontem à noite pelo Datafolha e pelo Ibope indicaram o sucesso de Lula já no próximo domingo. O presidente seguiu no patamar de 49%, de acordo com o Datafolha, e de 48%, pela sondagem do Ibope. Seu principal oponente, Geraldo Alckmin (PSDB), não aumentou o próprio fôlego na disputa, variando dentro das margens de erro de dois pontos percentuais das duas pesquisas: de 31% para 33% pelo Datafolha e de 33% para 32% pelo Ibope.

Para vencer no primeiro turno, Lula precisa conquistar 50% mais um dos votos considerados válidos (subtraídos  nulos, brancos e abstenções). Seguindo a proporção verificada em 2002, ganha em primeiro turno em 2006 quem obtiver 45.328.854 votos. No cenário mais pessimista (Ibope), Lula já teria 48.350.777 votos – a diferença, os 3.021.923 votos, é o tamanho do esforço que deve ser feito nas últimas 36 horas de campanha.

É preciso combinar dois movimentos para levar a disputa pelo Palácio do Planalto a um segundo turno, o que amplia as dificuldades. Sem retirar votos de Lula, não basta a Alckmin turbinar o seu desempenho. O aditivo só funcionaria se viesse acompanhado de uma retomada de Heloísa Helena (P-Sol), cuja campanha estacionou nos 8%, segundo os dois institutos. Para o cientista político Rubens Figueiredo, a eleição deve ser resolvida no primeiro turno, apesar da ligeira redução na vantagem do presidente:

– Lula é um ídolo de uma parcela da população. Não é um político tradicional. Há um tipo de eleitor que vai optar pelo dinheiro do Bolsa-Família em vez de ética do governo.

Na direção contrária, o cientista político Ricardo Caldas entende que a sucessão ainda está indefinida. Observa que até questões menores, como o erro do eleitor ao digitar na urna eletrônica, podem influenciar no resultado. Ele lembra que grande parcela do eleitorado lulista é formado por pessoas de baixa renda e baixa instrução.

– O eleitor tem de votar cinco vezes. A escolha do presidente é a última opção. Essa ordem dificulta – diz Caldas.

ALEXANDRE ELMI E LEANDRO FONTOURA/ZERO HORA
 

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