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 | 15/09/2006 13h47min

Raúl Castro abre cúpula dos Não-Alinhados com críticas aos EUA

Fidel não pode participar da cúpula dos Não-Alinhados

O presidente interino de Cuba e anfitrião da XIV Cúpula dos Não-Alinhados (Noal), Raúl Castro, fez hoje duras críticas aos Estados Unidos e ao modelo neoliberal, durante o discurso de abertura da reunião. A cúpula reúne países distanciados do governo dos Estados Unidos.

Raúl Castro assumiu hoje a Presidência da Cúpula do Noal, que conta com a presença de cerca de 50 chefes de Estado e de Governo e representantes de 118 nações. O delicado estado de saúde de Fidel, como conseqüência da intervenção cirúrgica à qual foi submetido em julho, impediu-o de atuar como anfitrião da cúpula.

O ministro das Forças Armadas de Cuba fez duras críticas à política "imperialista" de Washington e ao modelo neoliberal, e pediu a união dos membros do Noal durante um discurso de menos de meia hora, no qual aludiu em vários momentos a seu irmão Fidel Castro.

– Todos queríamos que estas palavras inaugurais fossem pronunciadas pelo presidente Fidel Castro –, disse Raúl Castro, que afirmou que, "em meio à sua paulatina e satisfatória recuperação", o líder cubano "se mantinha atento a cada detalhe dos preparativos da reunião". – Representamos quase dois terços da ONU, mas não exercemos a força decisiva que poderíamos exercer nas relações internacionais –, disse. – A atual conjuntura internacional, caracterizada pelas irracionais pretensões de domínio mundial por parte da única superpotência global, com a cumplicidade de seus aliados, demonstra a necessidade de estarmos cada vez mais coesos na defesa dos princípios e propósitos que determinaram a fundação do Noal –, acrescentou.

Raúl Castro denunciou os "atos de agressão" contra vários dos Estados-membros do Noal, motivados pelo "apetite de recursos estratégicos" que afetou a paz e a segurança internacionais, com a aplicação de doutrinas baseadas na guerra preventiva, "tomando como pretexto o combate ao terrorismo, a promoção da democracia ou a existência de estados vilões".

– O risco de agressões e de guerras de conquista imperial é maior do que nunca –, advertiu.

Castro condenou o "recrudescimento da agressão contra o povo palestino", e a agressão ao Líbano, que "é outro exemplo da política de dois pesos e duas medidas que impera nas relações internacionais".

– Todos sabemos quem sustenta econômica e militarmente o governo de Israel. Sabemos também quem são os cúmplices–, acrescentou.

Raúl Castro defendeu ainda o uso pacífico da energia nuclear, e pediu ao Movimento que rejeite "a perigosa doutrina americana do emprego preventivo de armas nucleares".

– Denunciemos a hipocrisia do governo dos Estados Unidos, que enquanto apóia Israel na ampliação de seu arsenal nuclear, ameaça o Irã para impedir-lhe de utilizar pacificamente a energia nuclear –, disse. Raúl defendeu a união dos integrantes da cúpula.

– A unidade e a solidariedade, e a marcha unida em defesa de nossos objetivos e interesses comuns são as únicas alternativas diante dos enormes perigos e desafios que temos pela frente. Unamo-nos para exigir nosso direito ao desenvolvimento, à vida e ao futuro –, concluiu.

AGÊNCIA EFE
 

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