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 | 14/08/2002 22h59min

Brizola ameaça de expulsão os dissidentes

Presidente do PDT discutiu pontos do plano de governo do PPS

Os filiados do PDT, principalmente os prefeitos, que abrirem apoio ao candidato a governador do PT, Tarso Genro, deverão ser submetidos à comissão de ética do partido. Embora tenha evitado usar a palavra "expulsão", o presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, deixou claro nesta quarta-feira, 14 de agosto, em Porto Alegre, que espera a desfiliação dos dissidentes por iniciativa própria.

– Como nós não somos um rebanho de ovelhas bem branquinhas, todas iguais, como se fossem clonadas, temos diferenças entre nós. Lamentamos, mas não é por causa de um soldado que vamos perder a guerra – disse.

A avaliação de Brizola refere-se à recente declaração do prefeito de Taquara, Délcio Hugentobler (PDT), que nesta quarta abriu apoio a Tarso e a Luiz Inácio Lula da Silva. (PT) para a Presidência, Brizola disse que não tomará para si a decisão de expulsá-los, mas ironizou a situação, em tom de ameaça:

– Quem não acata as nossas diretrizes está se afastando do partido, nem precisamos tomar medidas. Casos como esses mando para a comissão de ética, que decidirá, embora lá tenhamos companheiros rigorosos, e isso é muito bom.

Brizola tenta evitar situação semelhante à da eleição de 1998, quando prefeitos que não acataram a decisão de apoiar Olívio Dutra (PT) e optaram por Antônio Britto, na época no PMDB, acabaram expulsos.

– Em geral, não entro muito nessas decisões. Para vocês eu sou um caudilho, que manda – desconversou Brizola, provocando o riso até mesmo dos dirigentes gaúchos do PDT que o cercavam durante entrevista coletiva.

A visita desta quarta foi a terceira de Brizola nas duas últimas semanas, desde a renúncia de José Fortunati à candidatura a governador. Desta vez, o líder trabalhista veio para instalar a comissão paritária do PDT e do PPS para formulação do plano de governo conjunto de Antônio Britto.

Segundo Brizola, o documento para ser "acoplado" ao programa de Britto deverá ficar pronto até terça-feira, para ser assinado e divulgado em São Borja, dia 24, com a presença do candidato à Presidência, Ciro Gomes (PPS).

Depois de reunir-se por mais de uma hora com a cúpula do PPS gaúcho, Brizola saiu da sala sorridente e evitou falar em negociação de cargos, apenas no programa conjunto. O coordenador da campanha de Britto, Nelson Proença, também evitou falar de negociações de cargos ao deixar a reunião.

Além do PT, que na sexta-feira deverá realizar uma nova reunião com prefeitos do PDT, também o PMDB tentará atrair os dissidentes trabalhistas. A decisão foi tomada pelo candidato do PMDB a governador, Germano Rigotto. Segundo ele, o partido já obtve o apoio do PDT de Caxias do Sul.

Mais informações sobre candidatos, partidos, pesquisas, regras e números eleitorais no especial Eleições 2002.

Valdir Friolin / ZH

Brizola veio ao Estado para para instalar a comissão paritária do PDT e do PPS
Foto:  Valdir Friolin  /  ZH


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