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 | 06/09/2006 19h50min

Desidratação tira ciclista brasileiro de desafio na Europa

Júlio Paterlini pedalou cem horas por montanhas com mais de dois mil metros

Com uma desidratação grave e insuficiência renal, o ciclista brasileiro Júlio Paterlini foi obrigado a se retirar do Le Tour Ultime, prova de endurance na Europa, com mais de quatro mil quilômetros de percurso non-stop. Debilitado e com feridas (assaduras) nas nádegas, e mãos, pés inchados e dormentes, ele até tentou prosseguir depois de pedalar 1.632 km em 100 horas e 33 minutos, mas a sua equipe de apoio o convenceu a encerrar a participação.

Segundo o médico João Francisco Rodrigues de Abreu Faria, que acompanhou o desafio, Júlio teve uma desidratação grave, causando insuficiência renal aguda, em função do forte calor e do tempo abafado.

– Ele veio num processo de desidratação em função do grande esforço e não estava urinando. Tentamos a reidratação via oral e depois aplicamos soro direto na veia. Foram três litros e mesmo assim, ele não estava bem. Também detectamos aumento da pressão arterial e sem exames laboratoriais não tinha segurança para liberá-lo e decidimos encerrar.  O que ele fez foi descomunal, equivale a 10 Ironman seguidos. Todos nós ficamos impressionados com tanta dedicação e força que ele demonstrou – contou o médico.

O ciclista de Santos chegou até a liderar a prova. Passou por pontos de destaque do ciclismo mundial, nos Alpes, como a mística Alpe D’Huez (com 1.780 metros de altitude e a mais famosa subida do Tour de France), a Col de la Madeleine, com dois mil metros, e por último o Mont Ventoux, quando já não apresentava condições perfeitas de saúde e vinha sofrendo, inclusive, com fadiga mental. O ponto final foi em Malucene, sul da França.

Recuperado, Júlio Paterlini lamentou o abandono, mas não desanimou, prometendo retornar em 2007, com mais treino e estrutura.

– Eu queria continuar, mas o Kiko (médico) não deixou. Agora vou descansar um mês e reiniciar os treinos visando as provas no Brasil. No ano que vem quero voltar, mas com uma estrutura mais completa. Até o Léo e o Toninho ajudaram. Precisamos ter uma equipe maior – comentou o ciclista, referindo-se a Leonardo Zanotti e Antonio Pinheiro, repórter e cinegrafista da TV Tribuna (Globo), que fizeram a cobertura jornalística.


 

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