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 | 08/08/2002 12h08min

Governo do Rio anula inquérito sobre a morte de Tim Lopes

Benedita da Silva solicita a reabertura imediata do processo

A governadora do Rio de Janeiro, Benedita da Silva, exonerou na noite dessa quarta, dia 7 de agosto,  o delegado responsável pelas investigações da morte do jornalista Tim Lopes. Sérgio Falante, da 22ª Delegacia de Polícia da Capital, apontou o repórter como culpado da própria morte. Tim Lopes foi brutalmente assassinado durante a elaboração de uma reportagem sobre bailes funk na Vila Cruzeiro, subúrbio do Rio, no último dia 2 de junho.

Depois de 65 dias, o resultado final das investigações sobre o caso responsabilizam o jornalista que, segundo o texto, teria se colocado "em situação muito perto do perigo, não vislumbrando a diferença da emoção para a razão''. Em nota oficial, Benedita da Silva cancelou a validade do documento, solicitando a reabertura imediata do processo. Para a governadora o material "criou indignação nas forças policiais verdadeiramente empenhadas na investigação e captura dos assassinos do repórter Tim Lopes, e demonstra mais uma vez o grau de corrosão e deterioração em que se encontra parte do aparelho policial do Rio de Janeiro, e o quanto precisa ser feito para recuperar a credibilidade dessa importante instituição para a vida da população''. Além do delegado Sérgio Falante, o inspetor que assina o relatório, Daniel Gomes, também foi exonerado.

As 615 páginas do trabalho confirmam o traficante Elias Pererira da Silva, o Elias Maluco, como autor do assassinato de Tim. Pelo documento, o repórter da Rede Globo teria ido à favela filmar o tráfico de drogas e o forte armamento dos bandidos, e não o baile funk. Nove bandidos foram indiciados pelos crimes de homicídio, ocultação de cadáver e formação de quadrilha. Cinco deles já estão presos. Os quatro em liberdade são, além de Elias Maluco, André da Cruz Barbosa, o André Capeta, Maurício de Lima Matias, o Boizinho, e Renato Souza, o Ratinho. 

Na reportagem, Tim Lopes retrataria a venda e o consumo de drogas e shows de sexo explícito envolvendo menores na Vila Cruzeiro. Fragmentos de ossos do jornalista foram achados numa cova rasa em Pedra do Sapo.

 

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