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 | 22/08/2006 08h56min

Beto Grill defende diversificação da produção para RS sair da crise

Candidato do PSB ao governo falou hoje com internautas do clicRBS

O candidato ao governo do Rio Grande do Sul pelo PSB, Beto Grill, disse que uma das saídas para a crise econômica do Estado é a diversificação da matriz produtiva. Ele participou hoje de entrevista online no clicRBS, falando sobre seus programas de governo. Segundo Grill, a regionalização é um dos passos para o desenvolvimento.

– Primeiro, regionalizando o planejamento e a execução das políticas públicas, identificando e incentivando as vocações regionais, a partir da criação de centros vocacionais tecnológicos (CVT) de forma a estimular as cadeias loco regionais investindo em tecnologia, qualificando a mão de obra, qualificando a empresa, aumentando a produtividade, e controlando e impacto ambiental. (...) E já temos diversos exemplos de possibilidades que se abrem: o pólo de gemas e pedras semi-preciosas em Soledade e Lajeado, Ametista e Guaporé, o pólo textil na região de Sarandi, o pólo moveleiro em Bento, o pólo de cerâmica em Candiota, turismo em diversas regiões do Estado, o apoio a agricultura familiar com o fortalecimento do biodiesel e do álcool.

A entrevista foi realizada pela jornalista Sabrina d’Aquino e monitorada por Samantha Bonnel.

Pergunta: Qual seria a prioridade número 1 do seu governo? Por quê?
Beto Grill:
A nossa primeira medida será auditar as contas públicas. Nós vamos abrir os cofres das finanças do Estado, vamos socializar as informações a respeito das despesas e das receitas, amplamente. Vamos mostrar para quem o Estado deve e quem deve para o Estado. E, ao mesmo, tempo vamos chamar o funcionalismo público para um grande franco debate. Recuperar as finanças do Estado, e o primeiro seguimento a ser atendido vai ser a base do funcionalismo público, o quadro geral, os técnico científicos, a Brigada Militar, a Polícia Civil e o magistério. Não será a prioridade, mas a primeira medida.

Pergunta: Quais os seus planos para os salários dos servidores? Como o senhor pretende agir em relação ao Instituto de Previdência do Estado?
Beto Grill
: Nós pretendemos buscar o diálogo com os funcionários públicos permanentemente. Porque é impossível realizar uma gestão pública eficaz sem a parceria, sem a cumplicidade do funcionalismo. Nosso compromisso é com serviços e obras públicas de qualidade e não se pode atingir este objetivo sem contar com o funcionalismo valorizado, motivado e qualificado. Nesse aspecto, vamos buscar priorizar a recuperação salarial da base do funcionário público. Os níveis em que essa recuperação se dará vai depender do grau de crescimento econômico e conseqüente melhora da arrecadação do Estado que obtivermos com uma nova gestão. Com relação ao IPE, entendo que a criação deste fundo separando o IPE Sáude do IPE Previdência foi positiva. Infelizmente, o Estado não está cumprindo com os repasses que tinha se compromissado. Quanto à Previdência, entendo ser necessário uma reforma que busque o equilíbrio entre a receita e o gasto com as pensões e aposentadorias.

Pergunta: De que maneira o senhor pretende trabalhar em relação à crítica situação financeira do Rio Grande do Sul?
Beto Grill:
Primeiro, racionalizando a gestão. Priorizando as áreas básicas, essenciais, que digam respeito a qualidade de vida: saúde, educação, segurança, geração de emprego e renda. Para tanto, é necessário a reorganização da captação de recursos. Primeiro em nível de União, buscando a inversão da pirâmide arrecadatória, rediscutindo as receitas não compartilhadas (contribuições), negociando uma recomposição da dívida, buscando créditos com o governo federal. É indispensável uma atuação afinada com o próximo presidente, seja ele quem for, eu quero o diálogo, a negociação, mas com firmeza, com altivez, com reciprocidade. Por outro lado, temos que instituir uma nova política fiscal que proponha um aumento da base tributária, uma diminuição das alíquotas, a revisão dos incentivos fiscais, hoje concentrados em grandes empresas e em regiões já industrializadas, vamos promover o fim das anistias e combater firmemente a sonegação. Nossa proposta é desonerar progressivamente (diminuir) o ICMS das cadeias produtivas que tiverem resultado positivo, como forma de alavancar o crescimento econômico. Por outro lado, é indispensável instituir uma nova política de desenvolvimento baseada na agricultura familiar, na micro, pequena e média empresa que proponha um desenvolvimento harmônico para o Estado, num planejamento regionalizado, que priorize os sistemas locais de produção. Buscar a diversificação da matriz produtiva, apoiando fortemente a área de biocombustíveis (biodiesel e álcool) incentivando a industrialização das regiões agrícolas e os serviços (turismo) de modo que quando um setor econômico estiver em dificuldades outros possam manter o equilíbrio da região.

Pergunta de internauta: Muitos dizem que o socialismo morreu. Como é defender a bandeira socialista num mundo cada vez mais capitalista?
Beto Grill:
Pelo contrário, eu acredito que as idéias básicas do Socialismo são as mais modernas e eficazes para mediar as relações entre as pessoas e entre o trabalho e o capital. É evidente que estamos incluídos em um regime capitalista, embora não percamos de vista o sonho de uma sociedade mais justa, mais igual; o que precisamos neste momento é conviver com este sistema buscando modificá-lo para melhor. Defendemos como mínimo oportunidades iguais para todos e que a partir daí, em um regime capitalista que cada um cresça de acordo com as suas possibilidades e capacidades. Ser socialista é lutar por saúde de qualidade, por educação, por segurança eficaz, por habitação digna e por emprego.

Pergunta: Como o senhor pretende atrair mais investimentos para o Estado? Quem terá prioridade: o pequeno, o médio ou o grande investidor? O senhor concorda com incentivos fiscais?
Beto Grill:
Como já me referi anteriormente, sou favorável a uma política de incentivos para promover o crescimento econômico. O que eu não concordo é com a maneira concentradora como a que está sendo desenvolvida pela atual gestão. Entendo que instrumentos como o Fundopen são valiosos, mas deviam oportunizar o crescimento mais distributivo em pequenas e médias empresas e em regiões mais deprimidas economicamente. Nós temos que promover uma atenção diferenciada para as regiões mais emprobecidas. Não por privilégio dessas regiões, mas pela necessidade de que o Estado tenha um crescimento harmônico, pois se continuarmos com a concentração da riqueza na mão de poucos e numa só região, isto não será bom para ninguém, o que vai ocorrer é uma migração cada vez mais acentuada de pessoas das regiões pobres para as regiões ricas aumentando o desemprego, a insegurança, a criminalidade, os moradores de rua e as crianças nas sinaleiras pedindo esmolas. De fato, nós embora venhamos a estar ao lado de todo e qualquer empreendimento produtivo seja qual for o seu tamanho, nós vamos priorizar o micro, pequeno e médio porque nesta faixa é que se criam a maioria esmagadora dos empregos.

Pergunta de internauta: Como agir para buscar o desenvolvimento descentralizado do Estado?
Beto Grill:
Primeiro, regionalizando o planejamento e a execução das políticas públicas, identificando e incentivando as vocações regionais, a partir da criação de centros vocacionais tecnológicos (CVT) de forma a estimular as cadeias loco regionais investindo em tecnologia, qualificando a mão de obra, qualificando a empresa, aumentando a produtividade, e controlando e impacto ambiental. É necessário um novo modelo de produção, temos que acabar com a monocultura e incentivar, como já me referi anteriormente, a diversificação da matriz produtiva. E já temos diversos exemplos de possibilidades que se abrem: o pólo de gemas e pedras semi-preciosas em Soledade e Lajeado, Ametista e Guaporé, o pólo têxtil na região de Sarandi, o pólo moveleiro em Bento, o pólo de cerâmica em Candiota, turismo em diversas regiões do Estado, o apoio a agricultura familiar com o fortalecimento do biodiesel e do álcool. A melhoria das estradas estaduais com a ligação de todos os municípios a malha rodoviária asfaltada.

clicRBS: Candidato, o senhor tem três minutos para fazer suas considerações finais. Após esse tempo, a sala de bate-papo será fechada.
Beto Grill:
Nossa proposta é governar para as pessoas. Eu, como médico, passei a minha vida inteira cuidando dos doentes dos meus pacientes, agora vou cuidar das pessoas. Não posso conviver com situações como a da saúde no Estado, onde as pessoas não têm atendimento especializado, não têm cirurgias, não têm exames. Não posso conviver com o desemprego no interior e na cidade, não posso conviver com a insegurança. Nós vamos governar para as pessoas porque se elas melhorarem o Rio Grande também melhora.

 

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