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 | 18/08/2006 11h22min

Raúl Castro diz que Fidel está melhor e critica os EUA

Interino agradeceu a milhares de mensagens de solidariedade e apoio

O general Raúl Castro, irmão mais novo do presidente Fidel, afirmou, em declarações publicadas hoje pelo jornal Granma, que o dirigente cubano está melhor de saúde. Raúl agradeceu pelas milhares de mensagens de solidariedade e apoio que recebeu, além de criticar a posição do governo americano.

Fidel Castro foi submetido a uma operação intestinal no dia 31 de julho, quando cedeu o poder provisoriamente a Raúl Castro.

O ministro das Forças Armadas agradeceu, "em nome de todo o povo", aos médicos e ao resto do pessoal que atendeu a Fidel "de forma excelente, com um profissionalismo insuperável e sobretudo com grande amor e dedicação".

– Isto foi muito importante para a progressiva recuperação de Fidel. Além disso, a sua extraordinária natureza física e mental também tem sido essencial –, afirmou.

Raúl Castro rompeu o silêncio que vinha mantendo desde que assumiu provisoriamente o poder, para destacar a "absoluta tranqüilidade" no país e a atitude "serena, disciplinada e decidida" do povo cubano.

Castro criticou a política de Washington para a ilha e a existência de um anexo secreto no chamado Plano Bush, elaborado pela Casa Branca para acelerar a transição em Cuba.

– O governo dos Estados Unidos não revela o conteúdo desse anexo porque é ilegal. É preciso exigir sua divulgação. Nossos planos defensivos, pelo contrário, são transparentes e legais, simplesmente porque não agridem a ninguém. Seu único objetivo é garantir a soberania e independência da Pátria, sem violar leis nacionais ou internacionais. A esta altura, os Estados Unidos deveriam saber que com imposições e ameaças não é possível conseguir nada de Cuba –, afirmou Raúl.

– Sempre estivemos dispostos a normalizar as relações em um plano de igualdade. O que não admitimos é a política prepotente e intervencionista da atual Administração americana –, prosseguiu Castro.

Diante das incertezas dentro do governo americano, Raúl decidiu elevar de maneira substancial a capacidade combativa da ilha.

– Dezenas de milhares de reservistas e milicianos foram mobilizados, e as unidades de tropas regulares foram alertadas. Todo o pessoal mobilizado cumpriu ou cumpre neste momento um importante ciclo de preparação, parte dele em condições de campanha –, acrescentou Castro.

O presidente interino afirmou não se preocupar "com a hipotética influência" da propaganda americana sobre a população cubana. Para Raúl, “eles estão muito abaixo do nível cultural e político da população cubana".

Raúl Castro agradeceu pelas mensagens de "solidariedade e respeito recebidas do mundo inteiro", e em especial pelo manifesto assinado por mais de 10 mil personalidades da cultura de mais de 100 países, "dentre os quais vários prêmios Nobel".

O manifesto condenou as declarações "agressivas" do governo dos Estados Unidos e "o caráter abertamente intervencionista do Plano Bush", acrescentou Raúl Castro.

– Nenhum inimigo poderá nos derrotar –, afirmou. Raúl Castro disse ainda que "o povo cubano está dando uma contundente demonstração de confiança em si mesmo".

– Nunca ignoramos as ameaças do inimigo. Seria irresponsável, ainda mais diante de um governo como o dos EUA, que declara com a maior desfaçatez que não aceita a Constituição cubana –, declarou.

AGÊNCIA EFE
 

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