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 | 13/08/2006 17h49min

Parreira desabafa e tenta explicar derrota na Alemanha

Treinador disse que a Seleção foi a um banquete sem fome

O treinador da Seleção Brasileira de futebol na Copa do Mundo da Alemanha, Carlos Alberto Parreira, concedeu entrevista ao jornal O Globo tentando explicar os motivos que levaram sua equipe a fracassar na competição mais importante do esporte mundial. Para o comandante, faltou química aos jogadores e os atletas foram a um banquete sem fome.

– Nós tínhamos como dar mais e não demos. Faltou química. A química está no ar.... é um estalo. Por que de imediato duas pessoas se amam ou se odeiam? Existe alguma fórmula? No nosso caso, faltou dar aquele estalo. Se você vai para um banquete saciado, pode ter caviar, faisão, e você vai comer como? Você está de barriga cheia. Agora, quando se vai com fome, você come até pão com manteiga. Então, faltaram esse sofrimento, essa pressão, e a gente não teve isso em nenhum momento na Copa. Não estou justificando. É um monte de ilações.

Parreira não acha que a derrota para a França pode ser considerada com uma das maiores tragédias do futebol brasileiro

– Nós só fomos derrotados no jogo contra a França. O nosso projeto fracassou, mas não é uma tragédia nacional. A única tragédia nacional no futebol brasileiro é a da Copa de 50. Perder uma Copa na Europa não é tragédia.

O treinador revelou que uma série de fatores levaram a equipe brasileira ao fracasso na Copa do Mundo.

– Podemos somar um monte de coisas. Até as mais simples. Talvez a mais importante: o grupo precisaria ter se reunido aqui para sentir o calor da torcida brasileira. Perceber a esperança e a confiança que a nação depositava no time. Para se ter uma idéia, nossa equipe não tem foto oficial. Tivemos 15 dias para preparar o time. (...) Se o cara chega com cinco quilos, com dez quilos a mais e fora de forma, não interessa para a Fifa. Só se pode cortar e convocar outro por contusão. Conversamos com o departamento médico sobre o excesso de peso de alguns jogadores. Os próprios preparadores físicos diziam que o índice de massa muscular estava em nível aceitável.

Carlos Alberto Parreira disse que a expectativa criada em cima de Ronaldinho acabou prejudicando o craque

– Só quem estava lá sabe a expectativa que se criou sobre ele. Ele aparecia em comerciais em tudo que era revista. A pressão foi grande sobre nós e maior ainda para ele, muito maior.

Sobre o lance do gol de Henry, que determinou a eliminação da Seleção, Parreira revelou que o lateral-esquerdo Roberto Carlos não tinha a incumbência de marcar ninguém, mas errou em não ter ao menos atrapalhado o adversário.

– O Roberto Carlos nunca foi encarregado de marcar ninguém neste tipo de jogada: nem no córner. Você não vai colocá-lo para marcar um jogador de 1,90m. Ele teria que estar lá na linha dos zagueiros, pelo menos atrapalhando quem caísse por ali. Mas foi um erro, claro. A gente ganha e perde em grupo. Não dá para entender esse negócio de quando se ganha foram os jogadores e quando se perde a culpa é do treinador. Tem Ronaldo, Adriano, Ronaldinho, Kaká e tantos outros e quem perde é o técnico?


 

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