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 | 10/08/2006 21h11min

Lula insiste que desconhecia corrupção em seu governo

Presidente considera que escândalos não maculam imagem do PT

O presidente da República e candidato a reeleição pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, voltou a afirmar que não tinha conhecimento prévio dos escândalos de corrupção que ocorreram durante seu governo. Casos como o do mensalão, por exemplo, que provocou o desligamento dos ex-ministros José Dirceu e Antonio Palocci, integrantes do núcleo central da base governista, não abalam o partido, adicionou Lula.

– Lamento profundamente que companheiros tenham se envolvido em coisas que ainda vão ser julgados em última instância no Supremo Tribunal Federal. Afastamos as pessoas que estavam na alçada do presidente e facilitamos as investigações. Isso não macula o PT, pode macular algumas pessoas do partido – disse em entrevista concedida nesta noite ao Jornal Nacional, a última de uma série com os presidenciáveis.

Especificamente em relação aos ex-ministros, Lula, que vinha evitando conceder entrevistas, foi taxativo:

– Eu afastei todos, sem distinção. Todos os funcionários públicos. Eu afastei o Zé Dirceu e o Palocci.

Na época, José Dirceu e Antônio Palocci, então ministros da Casa Civil e da Fazenda respectivamente, teriam lido uma carta com o pedido de demissão do cargo. Foi a primeira vez que o presidente da República admitiu publicamente que os ministros não teriam se demitido, mas sim afastados.

Na função de líder nacional, Lula se considerou responsável, direta ou indiretamente, por qualquer erro que qualquer funcionário público cometa no Brasil. E não garantiu que, em caso de reeleição, esquemas de corrupção não voltarão a ocorrer.

– Está cheio de famílias que tem problemas dentro de casa que própria a família não sabe. Pais e mães que ficam sabendo de delitos de seus filhos pela imprensa ou pela polícia – disse, argumentando que não é possível para o presidente estar a par de tudo o que ocorre nos órgãos públicos.

Durante a conversa com os jornalistas Wiliam Bonner e Fátima Bernardes, o único questionamento sobre promessas feitas na última campanha foi em relação à segurança pública. Segundo o apresentador do Jornal Nacional, Lula teria dito que o Brasil não produz cocaína e a maneira mais lógica de controlar o tráfico seria reforçando o policiamento nas fronteiras.

– O que se percebe hoje é que o tráfico aterroriza ainda mais a população brasileira – concluiu Bonner.

– O Brasil tem 17 milhões de quilômetros de fronteira. Se tivéssemos um Exército com 3 milhões de soldados e 4 milhões (de agentes) na Polícia Federal, ainda assim, seria difícil – rebateu Lula. Conforme o presidente, a Polícia Federal está desbaratando quadrilhas como jamais foi feito nesse país, e o governo está investindo em inteligência.

Lula encerrou afirmando que pretende dar seqüência aos planos que vêm sendo desenvolvidos pelo governo. De acordo com o presidente, o Brasil vive o melhor momento econômico de sua história, com empregos e exportações em alta, inflação e juros em queda, e trabalhadores e aposentados mais bem remunerados.

A ordem das entrevistas foi decidida por sorteio. Originalmente, cada uma teria duração de 10 minutos, com prorrogação de 30 segundos. Como a primeira delas, com o candidato Geraldo Alckmin (PDT), excedeu o tempo, todas as outras passam a ter 11 minutos e 30 segundos de duração, com 30 segundos de prorrogação. Os candidatos se comprometeram a não usar em horário eleitoral gratuito, no todo ou em parte, as entrevistas concedidas.

 

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