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 | 06/08/2006 18h55min

Cubanos rezam por Fidel em meio a rumores de recuperação

Situação de Cuba é de normalidade, seis dias após líder ter deixado o cargo

Os católicos cubanos pediram hoje a Deus que acompanhe Fidel Castro em sua doença, enquanto aumentam os comentários sobre uma suposta recuperação do líder cubano, e o país continua em calma. O líder cubano, que na próxima semana completará 80 anos, se recupera de uma delicada cirurgia intestinal e, na última segunda-feira, transferiu suas funções no comando do governo de Cuba para o irmão mais novo e ministro da Defesa, Raúl Castro, de 75 anos.

Seis dias após o anúncio, o país mantém a normalidade. Não aconteceu nenhuma aparição pública de Raúl Castro e as organizações sociais continuam pedindo à população que fique em alerta diante de qualquer eventualidade externa ou interna. Na ausência de boletins médicos sobre o estado de saúde de Fidel, os comentários de dirigentes cubanos no exterior e de líderes de países amigos, como o venezuelano Hugo Chávez, são as únicas pistas sobre a evolução da recuperação do presidente, assunto considerado segredo de Estado.

O governo brasileiro negou hoje que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha sido informado por autoridades de Cuba da suposta gravidade do estado de saúde do governante cubano, segundo matéria publicada na edição de ontem do jornal Folha de São Paulo.

Na Bolívia, o vice-presidente cubano, Carlos Lage, afirmou que Fidel Castro se recupera da cirurgia, enquanto o líder venezuelano garantiu ter informações que confirmam uma "franca e notável recuperação".

– O pior já passou, parece que ele já se levantou e deu alguns passos. É um homem muito forte e não me causaria estranheza caso ele se sentisse melhor e, em uma semana ou um mês, reapareça em público – declarou uma fonte da presidência que reconheceu que poucas pessoas tiveram acesso a Castro nos últimos dias.Segundo essa fonte, "o mais importante agora é que ele se cuide e que se deixe cuidar".

Nas igrejas católicas do país, foi lido hoje um comunicado da Conferência de Bispos para pedir que Deus acompanhe Fidel em sua doença, ilumine seu irmão Raúl em suas novas tarefas de governo, e que Nossa Senhora da Caridade, padroeira de Cuba, vele pela paz no país. Dezenas de pessoas ouviram o comunicado silenciosamente no início da missa celebrada na Catedral de Havana pelo cardeal Jaime Ortega.

Maritza Díaz, uma gastrenterologista de 54 anos, dizia que começou a rezar pela saúde de Fidel Castro no mesmo dia em que a doença foi comunicada.

– Estamos orando porque para nós é um pai – afirmou Maritza, convencida de que, mesmo sem os dois irmãos Castro, a revolução continuará, pois há novas gerações que talvez não saibam tanto de marxismo-leninismo, mas que sabem muito de patriotismo.

– Dou minha vida por ele – disse Orfelina Ortíz, de 67 anos.

Na igreja de Santa Rita, em Miramar, mulheres do movimento Damas de Blanco, formado por esposas e familiares de dissidentes presos, pediram a liberdade dos prisioneiros políticos e marcharam em silêncio com flores nas mãos.

– O melhor que Raúl Castro pode fazer como gesto de boa vontade é soltar os presos para que possam ver que os direitos humanos estão sendo respeitados – disse Laura Pollán, porta-voz do grupo.

AGÊNCIA EFE
 

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