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Coordenação de campanha de Garotinho decide apelar para evangélicos

Apesar das dificuldades, candidato garante que não vai desisitir da disputa presidencial

Atormentada pela falta de dinheiro e pela defecção de candidatos a governador, a coordenação de campanha do presidenciável Anthony Garotinho (PSB) decidiu nesta quinta-feira, dia 25 de julho, fazer um apelo vigoroso ao segmento que parece mais disposto a apoiá-lo: os evangélicos.

Com base em pesquisa de opinião, Garotinho pretende montar 5 milhões de comitês familiares evangélicos. A medida desagrada, porém, a caciques do partido, como o presidente, Miguel Arraes, e o candidato a vice, José Antônio Almeida.

Segundo o coordenador da campanha, Márcio França, pesquisa encomendada pelo partido constatou que Garotinho tem 37,5% da intenção de votos dos evangélicos e 9,1% dos não-evangélicos consultados. França afirmou que a meta é atingir 70% dos votos dos evangélicos para garantir, segundo ele, a passagem de Garotinho para o segundo turno. A campanha vai entregar folhetos, cartazes e vídeos com pregações do candidato em cultos para serem divulgados por famílias evangélicas, que deverão fazer o papel de cabos eleitorais entre seus vizinhos.

A estratégia está rachando o partido. Nesta quinta, em reunião da cúpula do PSB com Garotinho em Brasília, o presidente do partido, Miguel Arraes, e o vice candidato, José Antônio Almeida, condenaram a tática.

– Não tem o menor sentido falar só para evangélicos. Devemos falar para todos os brasileiros, católicos, adeptos do candomblé, espíritas, sobre assuntos que tocam a todos – disse Arraes.

Não há porque voltar a um discurso de um segmento da sociedade. O discurso deve ser das nossas propostas – afirmou Almeida.

Ao final da reunião, Garotinho negou haverá "evangelização" da campanha. Segundo ele, a estratégia é fortalecer o trabalho junto a um segmento que tem disposição de votar nele.

O apelo aos evangélicos é uma das causas da rebelião de um setor do partido que jamais aderiu de forma completa à campanha de Garotinho. A fim de obter a confirmação de sua candidatura na convenção nacional, em junho, o ex-governador do Rio forçou o lançamento de candidatos próprios em Estados nos quais a tendência do PSB era se aliar ao PT.

Com a escassez de recursos, a disposição desses candidatos em concorrer minguou. Nesta quinta-feira, o ex-prefeito de Campinas Jacó Bittar desistiu de disputar o governo de São Paulo. A candidata a governadora da Bahia, Lídice da Mata, ameaça fazer o mesmo no sábado.

Apesar das dificuldades, Garotinho voltou a desmentir que pretenda desistir de disputar as eleições de outubro, mas admitiu que as candidaturas regionais do partido sofrem abalos por problemas financeiros.

– Não existe a possibilidade de renúncia, essa possibilidade é zero– disse Garotinho a jornalistas, após reunião em Brasília .

Em quarto lugar nas pesquisas eleitorais, o candidato alega que o maior problema de sua campanha é mesmo a falta de dinheiro.

– Os problemas são reais e nós nos orgulhamos disso. Administrei o segundo maior orçamento do Brasil, se eu não tenho dinheiro para a campanha é prova de eu não roubei – disse o candidato.

Mais informações sobre candidatos, partidos, pesquisas, regras e números eleitorais no especial Eleições 2002.

 

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