O presidente cubano, Fidel Castro, passou por uma intervenção cirúrgica e foi afastado temporariamente do poder. De acordo com uma emissora estatal cubana, a operação foi motivada por uma crise intestinal com sangramento.

A crise, de acordo com um comunicado lido na televisão local lido por seu chefe de gabinete, Carlos Valenciaga, e redigida pelo próprio Fidel, foi decorrente do "enorme esforço" realizado durante sua recente visita à Argentina, onde participou da Cúpula do Mercosul, e no discurso pelo aniversário da Revolução Cubana, feito após sua volta a Havana. A operação, diz o comunicado, obrigará Fidel a permanecer várias semanas de repouso, afastado de suas responsabilidades. Os outros cargos ocupados por Fidel foram delegados a outros membros do Governo e do birô político do Partido Comunista.

Assume o comando de Cuba o número dois, Raúl Castro, irmão de Fidel. A transferência do poder cubano é inédita. No dia 13 de agosto, Fidel completará 80 anos.

Há pouco menos de uma semana, Fidel havia brincado ao comentar sua idade, afirmando que não continuaria no governo até os 100 anos. Na ocasião, vestido com seu tradicional uniforme verde-oliva, Castro liderou o ato principal organizado em Bayamo por ocasião do Dia da Rebeldia Nacional, no qual foi comemorado o 53º aniversário do ataque ao quartel Moncada, considerado o início da revolução.

No dia 26 de julho de 1953, o então jovem advogado Fidel Castro liderou sua primeira ação armada contra o ditador Fulgencio Batista, o assalto aos quartéis Moncada e Carlos Manuel de Gramados, da cidade de Santiago de Cuba, que acabaram em fracasso. Os ataques marcaram o início do processo, que acabou em janeiro de 1959 com o triunfo da revolução.