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 | 26/07/2006 13h12min

Annan qualifica ataque a posto da ONU como assassinato

Secretário disse que morte de observadores foi aparentemente deliberada

A morte de quatro observadores da ONU no Líbano provocada pelo bombardeio de um posto da organização pelo Exército israelense foi qualificada como um "assassinato trágico" pelo secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, e como um "erro" por Israel. Os quatro capacetes azuis da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Finul), de nacionalidade finlandesa, austríaca, canadense e chinesa, estavam em seu posto da cidade libanesa de Al Khiyam, quando foram atingidos por um míssil guiado da Força Aérea israelense, disse a ONU.

Os governos dos países aos quais pertenciam os quatro observadores criticaram duramente o bombardeio, assim como as Nações Unidas e membros da comunidade internacional, que exigem uma investigação dos fatos.

O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, expressou a Annan o profundo pesar de seu país pela morte dos capacetes azuis, e lamentou que a ONU defina um erro como uma operação aparentemente deliberada. Além disso, Olmert disse que ordenará às autoridades militares uma investigação das causas do incidente, e que informará a Annan sobre o resultado.

O secretário-geral da ONU se referiu ao ataque israelense como aparentemente deliberado e o qualificou de assassinato trágico diante dos representantes de vários países e organizações internacionais reunidos em Roma para a conferência sobre o Oriente Médio. O subsecretário-geral para Assuntos Humanitários da ONU, Jan Egeland, disse que um míssil guiado israelense provocou a morte dos observadores militares e afirmou que a catástrofe aconteceu após um bombardeio repetido do edifício onde fica o posto de observadores.

A ONU pediu uma investigação imediata dos fatos e exigiu "a interrupção imediata das hostilidades" no Líbano. A presidência finlandesa da União Européia pediu uma investigação imediata e completa sobre o ataque, que qualificou como inaceitável. Além disso, expressou sua comoção pelo acontecido e enviou "solidariedade e condolências" às famílias dos observadores, que "estavam trabalhando pela paz".

A presidente da Finlândia, Tarja Halonen, disse que não há justificativa para o bombardeio de um posto de observação da ONU, e exigiu do governo de Israel um esclarecimento completo do fato.

O governo libanês afirmou que o bombardeio foi uma agressão bárbara premeditada, que, na sua opinião, "mostra mais uma vez que Israel não distingue entre uma criança, uma mulher, um hospital e um centro da ONU".

A ministra das Relações Exteriores da Áustria, Ursula Plassnik, conversou por telefone com a ministra de Exteriores israelense, Tzipi Livni, contra o bombardeio do posto de observação da ONU.

– Um ataque contra observadores desarmados da ONU é completamente inaceitável e injustificável û disse a ministra austríaca à israelense.

A China expressou sua "profunda comoção" e condenou o ataque, além de também pedir explicações ao embaixador israelense em Pequim pelo bombardeio. Exigiu, ainda, a Israel que "apresente suas desculpas à China e abra uma investigação".

Os ministros das Relações Exteriores dos 13 países que integram a Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) desqualificaram o "ataque coordenado" das forças israelenses por escolher o alvo, aparentemente de forma deliberada.

Além disso, se mostraram muito preocupados com a piora da situação e a escalada da violência no Oriente Médio, "particularmente o desproporcional, indiscriminado e excessivo uso da força por parte de Israel nos territórios ocupados da Palestina e no Líbano", destacou um comunicado conjunto.

AGÊNCIA EFE
 

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