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 | 19/07/2006 15h57min

ONU quer investigação de crimes de guerra em Gaza

Relator disse que situação piora, enquanto o mundo olha para Israel e Líbano

O relator especial da ONU para os Direitos Humanos na área da Saúde, Paul Hunt, pediu hoje a abertura de uma investigação independente sobre possíveis crimes de guerra cometidos em Gaza por Israel, ressaltando a necessidade urgente de uma resolução para a crise humanitária nos territórios palestinos.

Hunt declarou, em comunicado, que enquanto os "olhos do mundo" estão voltados para o conflito entre Israel e Líbano, a situação de Gaza piora. Além disso, lembrou que nesse pequeno território palestino a população é muito vulnerável, pois nele vivem 1,4 milhão de pessoas, "a maior parte delas refugiadas e muito dependentes tanto de Israel como das doações da comunidade internacional".

O relator acrescentou que, por vários motivos, a situação humanitária em Gaza foi piorando progressivamente desde março, e que, agora, assuntos ligados à área da saúde exigem grande dedicação, segundo constatou a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Desde 25 de junho, quando as milícias do movimento islâmico Hamas seqüestraram o militar israelense Gilad Shalit, o Exército de Israel lançou várias ofensivas militares na Faixa de Gaza. Segundo dados da ONU, morreram mais de 100 palestinos, entre os quais 18 crianças, e outros 400 ficaram feridos, entre eles 108 menores.

O relator da ONU fez referência ao fato de Israel ter decidido fechar suas fronteiras com Gaza. Também citou o progressivo empobrecimento da população, que tem de enfrentar problemas como a falta de energia elétrica e a carência de um sistema de distribuição de água potável, além de falta de um projeto de coleta de lixo.

– Os casos de diarréia aumentaram 163% em comparação com o mesmo período do ano anterior, e é possível que reapareçam doenças como o cólera e a poliomielite –
acrescentou Hunt.

O funcionário da ONU acrescentou que a destruição da estação de distribuição de eletricidade de Gaza por parte de Israel supõe uma violação da lei humanitária internacional, na qual fica claro que as partes em conflito precisam fazer uma distinção mais apropriada entre combatentes e civis, e atacar unicamente alvos militares.

Por isso, solicitou que seja aberta "uma investigação independente" para investigar esse aspecto, assim como para apurar denúncias sobre os "desproporcionais" ataques do Exército israelense contra civis palestinos.

– Se o ataque contra a estação de distribuição de eletricidade não esteve de acordo com a lei internacional, é um crime de guerra. Se os ataques forem desproporcionais, também seriam – ressaltou o relator da ONU.

Hunt apelou também para os seqüestradores do militar israelense para que "o libertem são e salvo". Além disso, lembrou a todas as partes em conflito sobre a proibição de atacar alvos civis, "e isso é algo que diz respeito tanto a Israel como Gaza".

AGÊNCIA EFE
 

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